BONECA DE LAMA
(Victtoria Rossini)
Boneca de lama
Divida
Entre o amor próprio e a cama
Invadida
Quando a vida chama
Sobreviva
Sem deixar de ser criança
Acha que agradar
É entregar seu corpo
Seu ego
Já esta quase morto
Ta nua
Seu destino é a rua
Se diz não
Já se vê no chão
Sem vontade
Vaga pela cidade
Abre as pernas
Já sem saber porque
Pra quem
Quem vem
É só o que faz
Já nem erra mais
Nem prostitua é
Nem descansa em pé
É mulher fácil
É corpo dócil
Alma doída
De si perdida
Não se encontra
Nem satisfaz
Nem se quer mais
Nem um nem outro
Agora é pó
Vive sem dó
Mulher de lama
Entre o pó e a cama
A satisfazer
Quem quer prazer
Mas e o seu prazer?
Sobreviver....
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