quarta-feira, 30 de julho de 2008

PORQUE SOU POETA!


PORQUE SOU POETA!
(Victtoria Rossini)

Vivo intensamente
No limiar do êxtase e da loucura
Não poetizo apenas...
Existo com cada fibra do meu ser pulsando.
Vivo na imensidão dos meus sentimentos caóticos
A voar...
A mergulhar...
Não me ofereça sentimentos fracos
Amores comuns
Emoções amenas.
Porque se não tenho invento
Meus próprios precipícios para me atirar.
Quero adrenalina
Quero emoção
Quero gargalhar
Quero soluçar.

Não vivo de pouco
Quero um vendaval louco
A me abocanhar...

Se for assim eu quero
Se me sentir assim
Sou tua

Até la...
Apenas me equilibro
Na corda bamba da minha vida.

VEM...AGORA ACEITO AJUDA!

VEM...AGORA ACEITO AJUDA!
(victtoria Rossini)

Vem...
Se queres compartilhar minha casa
Vem...

Mas hoje só tenho uma mala de esperanças
E um coração arrebentado para curar.
Ele é grandioso, quente, amoroso.
Mas a luz está cortada
Os canos foram quebrados
Os vidros de confiança estilhaçados
O telhado de segurança tem goteiras
O sótão esta entulhado de dores.
E não tive tinta de perdão pra pintar.

Se queres me ajudar
A reparar a casa
Onde mora o meu amor
Que jaz jogado no chão
Em posição fetal de morte...
Vem..
Agora aceito ajuda
Quem sabe juntos poderemos reconstruir

A bela casa que já me fez tão feliz.

VIAGENS AO CENTRO DO CORAÇÃO



VIAGENS AO CENTRO DO CORAÇÃO
(Victtoria Rossini)

Todas as viagens que fiz
Ao centro do meu próprio coração
Os amores que vivi
Os desamores que sofri
Foram experiências
Que eu mesma promovi
Para experimentação consciente
Das energias que moram aqui...
Alquimia!

MU.DA.N.ÇAS

MU.DA.N.ÇAS
(Victtoria Rossini)

As mudas danças
Que ocorrem no escuro silêncio dos seres
Nos porões do coração
Vazio e molhado de mágoas
Vaza...
E nem se sabe para onde vai.
A cabeça cabisbaixa
Olha para os próprios pés se arrastando
E só vê as próprias lágrimas
Pingando sobre eles...

Só convém continuar evitando
As gotas que caem.
Para que as poças
Que se formam no chão
Não nos deixem resvalar.
E nos derrubar.
E nos paralisar.
Devemos continuar dançando
Dançando...E dançando...
Evitando as gotas
Sem olhar para os próprios pés!
Quem sabe um dia
Elas pararão de jorrar.
Daí já estaremos longe
Mesmo que fugindo
Das próprias lágrimas que caem
Amanhã já teremos ido longe
E saído do lugar comum...
Mas convém se movimentar.

terça-feira, 29 de julho de 2008

A SOLIDÃO DOS DEUSES


A SOLIDÃO DOS DEUSES
(victtoria Rossini)

Quando o ser
Mergulha tanto em si mesmo
Arrebatando sua própria essência
Vivendo sua consciência
Conectando sua unidade.
Por mais que a verdade
Por trás da aparência
De todas as ciências
Não lhe tenham segredos

Nos relacionamentos humanos
Os diálogos, as ilusões, os enganos
Que toldam a visão dos homens
Sob o risco de discussões
De parecer voz de sermão
De se tornar intromissão
Nos enclausura no silêncio.

COISAS NADA A VER

COISAS NADA A VER
(Victtoria Rossini)

Se ao me ouvir
Se ao me ler
Se ao tentar descobrir
O que estou querendo dizer

Você não entender
E achar que escrevo e falo
De ... “coisas nada a ver”...

Não desista:
Estude
Se esforce
Aprenda
Talvez...
Tenha que renascer
De novo...De novo
E de novo...e outras vezes...

Mas não desista...
Talvez um dia
Você possa saber
Do que falo
O que vivo
O que sei
E do que me alimento.

VOZ QUE CLAMA NO DESERTO

VOZ QUE CLAMA NO DESERTO
(Victtoria Rossini)

Eu sou a voz
Que clama no deserto.
Na aridez de boa vontade
Nos desertos da incompreensão
No mar insalubre da ilusão

Chamando a consciência
Que retorne a inocência
Da doçura e flexibilidade.
E que as experiências
O tempo, os fracassos, a idade
Não nos consuma
Não nos paralise
Não nos digira
Não nos ejete
Como dejetos
Sem utilidade
Para a cidade
Para os seres
Para o planeta
E para nós mesmos

Pois somos órgãos
De uma unidade perfeita.
E se não desempenharmos
Nosso dever
Nossa missão
O que temos de imediato a nossa frente...
Somos amputados
Substituídos
Por membros ativos
Que reconhecem
E cumprem o seu papel.

CURA

CURA
Victtoria Rossini)

Estou mudando
Tudo na minha vida.
Estou lambendo as velhas cicatrizes
E pondo água para esquentar.
Vou fazer uma cirurgia “á seco”
Extirpar de mim uma doença
Um vírus que esta a me incomodar.
Suga de mim o sopro
E me poe a soluçar.

Vou arrancá-lo da minha vida
A navalha abrindo mais a ferida,
Mas sei que vai extirpar.
O tempo tudo cura
A verdade tudo depura
E novamente voltarei a brilhar.

DETERMINAÇÃO

DETERMINAÇÃO
(victtoria Rossini)

Sempre fui uma mulher cordata
E aceitei as determinações da vida,
Quando estou em concordância com ela
E ela toca a música
Que eu estou a fim de dançar.
Quando não estou de acordo viro a mesa
E mudo as regras do jogo.
Se como está me convém
Relaxo e curto a balada.
Do contrário
Sou uma guerreira imbatível...
Desconheço a derrota
Anulo as dificuldades
E faço de cada derrota
Uma aula de química prática
Para chegar à fórmula perfeita.

Desistir...Não existe no meu vocabulário
Recuar é uma estratégia
Tempo...È minha arma de guerra.

Para mim só a vitória é o alvo.
Porque sei que só o que me for benéfico
Permanecerá sempre comigo.

Aprendi a manusear os dados
E mesmo o que parece fracasso
Faço se transformar em sucesso!

CAMPO DE GIRASSÓIS

CAMPO DE GIRASSÓIS
(victtoria Rossini)

Acordar...
Sentindo a vida pulsar
Despertar...
Estender a mão
E encontrar outra mão
Também a te procurar.
Olhar nos olhos
E ver o sorriso
A aquiescência
A cumplicidade

Abrir a janela
Voar pela porta
Sair pelos campos
E ver os girassóis vibrando
Na mesma sintonia...

Sentir que me olham.
Me tocam.
E eles sabem
Que foram plantados
E existem
Só para mim...
Me agradecem pela vida
Apenas existindo.
Aqui...Nesse momento
Eu e o campo de girassóis
Fizemos amor

LIVRO ABERTO

LIVRO ABERTO
(Victtoria Rossini)


Sou um livro aberto
Escrito numa língua secreta
Que só eu sei ler.
Já fui traduzida
Mal interpretada
Catalogada errada
E até dispensada
Por não me fazer entender...

Hoje escrevo em linhas retas
Mas inda uso palavras secretas
Para uns poucos
Que tem o dom de perceber.

COMANDANTE CONSCIÊNCIA

COMANDANTE CONSCIÊNCIA
(Victtoria Rossini)

Alinhem-se nas fileiras
Tomem as cumeeiras
Mãos as armas...
Temos inimigos a derrotar.

Morte o medo que paralisa
Ao ódio que nos vicia
A ganância que alicia
E poe todos a trabalhar

Desviem-se das flechas da maldade
Anulem a crueldade
E os olhos do mal a vibrar

Não temam a vida ou a morte
Porque “aqui” de qualquer sorte
Nenhum vai perdurar

Não acreditem no que vêem seus sentidos
As ilusões só serão vencidas
Se deles se desvencilharem

Quero meus homens ego aqui
Prontos a morrer por mim
Até a batalha final

segunda-feira, 28 de julho de 2008

DESCOBRI AO AMAR...


DESCOBRI AO AMAR...
(victtoria Rossini)

Descobri que posso amar outra pessoa
Sem precisar ferir quem me ama.
Descobri que não preciso me deixar ferir
Para provar ao a outro que o amo.

Descobri que posso soltar o ser amado
Para ele ir e ser feliz
E mesmo assim continuar amando-o
Sem que isso me torne inferior.

Descobri que as pessoas
Nem sempre procuram o melhor pra elas
Porque os apegos, aversões e carmas
Cegam e carregam as vontades

Descobri que mesmo encontrando
Aquele que é o grande amor da nossa vida
Não existem garantias de felicidade.
E que achá-lo...Não quer dizer vive-lo.

Descobri que sou mais forte do que pensava
Que o amor é mais grandioso do que eu imaginava
E que ter esse sentimento dentro de nós
Nos torna Divinos e melhores.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

TUDO NO LUGAR

TUDO NO LUGAR
(Victtoria Rossini)

Quero você de novo...
De novo... E de novo...
Com o mesmo fogo
Que sempre nos aqueceu

Quero arder em chamas
Destruir a cama
Para sentir que ainda és meu.
Para te provar que te pertenço,
Para juntar nossos corpos
E sentimentos tensos
Que só se acalmam
Ao se encontrar.
Daí nos tornamos plácidos
Apaziguados pelo compasso
Do coração do outro a pulsar.
Pra depois de tudo isso, contentes
Dormir o sono dos inocentes
E saber que tudo está no seu lugar!

SOU TUA E TU ÉS MEU


SOU TUA E TU ÉS MEU
(Victtoria Rossini)

Sou tua
E tu és meu
Porque somos almas gêmeas
Desde sempre prometidas
A viver um amor só seu

Não há tempo que nos separe
Não há seres que atrapalhem
Não há mundos pra distinguir.
Tudo se mistura
A ausência vira procura
Sempre sabemos que o outro está para vir.
Por isso ora paramos tranqüilos
Ora corremos pra substituir
Achando que chegou o tempo
De finalmente nos unirmos.
Mas no fundo ambos sabemos
Que só o que juntos vivermos
É capaz de nos nutrir.

CORAGEM PARA AMAR

CORAGEM PARA AMAR
(Victtoria Rossini)

Nunca pensei
Que fosse preciso coragem para amar!
Para se entregar
E se jogar num abismo
Que nunca sei onde vai dar
Onde me perco de mim mesma...
Porque tem pedras
Tem fendas pontiagudas
Que nem mesmo um radar
É capaz de precisar.

Mas me armei depois da queda
De estraçalhar meu corpo
De sangrar meu coração.
E me joguei de novo consciente
Pensando em fazer diferente.
Não espero um romance de rosas
Não espero poesias e trovas.
Só quero realmente...
Amar!

terça-feira, 22 de julho de 2008

ANJO MUTILADO

ANJO MUTILADO
(Victtoria Rossini)

Ainda há pouco
Antes de dormir eu vi um anjo
Com uma cicatriz aberta.
A ferida latejante nas costas
Ainda sangra e pulsa.
Suas asas de amor foram arrancadas.
Ele mesmo se mutilou...

Anda por ai alucinado
Achando que pode deixar de lado
O amor, o sentimento e o que passou...
Vez ou outra geme quando a ferida
Lhe mostra que a sua vida
Com asas teria sido melhor.
Mas é um anjo com livre arbítrio,
Que não soube ser nem anjo
E nem se portar como homem.
Levará para sempre em si
A imagem do que viveu
Como uma tatuagem em seu coração.
Não conseguirá extirpá-la.
Jamais irá vive-la...
Levando uma vida de solidão.


* * *

sábado, 19 de julho de 2008

INOCÊNCIA ELFICA

INOCÊNCIA ELFICA
(Victtoria Rossini)

Acordo com o sol
E durmo com a lua
As abelhas me despertam
E os frutos que caem me servem de refeição
Coro nas matas
Seguindo as borboletas
E descanso ao me banhar
Nas águas tépidas das cachoeiras.
Quando o sol fica a pino
Me recosto nas pedras
E cochilo na caverna do urso.
Conheço os cogumelos venenosos
Os animais peçonhentos
E nenhum temo
Por dormir ao relento
Porque eu os respeito
E eles me protegem.
Me refugio na natureza
Pois pertenço aos seus mistérios

quarta-feira, 16 de julho de 2008

ÁRVORE DA FELICIDADE

ÁRVORE DA FELICIDADE
(Victtoria Rossini)


Tem uma árvore da felicidade
Carregadinho de frutos
Plantada na minha porta.
Sentado em seus galhos
Tem um anjo sorridente
Que está sempre a me mostrar os dentes.
Apanha e me joga de vez em quando
Alguns deles em minha janela.

Abro-a e recolho alegrias
Saboreio o contentamento
E me lambuzo com o caldo que escorre do entusiasmo.
Ainda guardo algumas boas idéias
Que sobram depois que comi.

Sei que preciso criar coragem
Abrir a porta
Sair para fora
E na minha própria árvore subir.

Mas o frio, a chuva, as tristezas
E o sol forte me machucaram lá fora,
Me causaram traumas...
E ainda hoje teimo em me consumir


Sei que ela está ali!
A um passo de mim.
Tenho apenas que criar forças
Pra daqui de dentro sair!

ME DÊ!

ME DÊ!
(Victtoria Rossini)

Me dê o prazer
De compartilhar esse champanhe
Que borbulha da tua boca como riso

Me dê a satisfação
De compartilhar teu corpo
Como se fosse meu pão

Me dê tua respiração sôfrega
Pela corrida nas colinas das minhas curvas
Onde paro pra te reabastecer de ar

Me faça dormir ouvindo teus suspiros
E só me acorde
Quando teu desejo amanhecer!

terça-feira, 15 de julho de 2008

AMORES VEM E VÃO

AMORES VEM E VÃO
(Victtoria Rossini)

Os amores que estão por vir
Estão envoltos na energia
Dos amores que deixei no passado.
Por isso os abençôo
E os solto deixando ir
Sem raiva
Sem ódios
Sem ressentimentos

Porque quero que o que venha
Venha livre
Seja feliz
E da mesma forma se manifeste

Aos amores que me acalentaram
Deixo o carinho do meu coração...
Aos amores que ainda virão
Deixo o espaço de um coração aberto!

domingo, 13 de julho de 2008

O PULSAR DO AMOR

O PULSAR DO AMOR
(Victtoria Rossini)

Mesmo não sendo expressado
O amor aqui guardado
Faz sua própria canção

Me nina nas madrugadas
Faz de si mesmo uma escada
Para junto me elevar

E a vibração do coro de anjos
Que ouço em todos os cantos
Jamais vão se calar

São vozes do infinito
Que dizem que somos benditos
Que nascemos só para amar

Vivo hoje a felicidade
De sentir aqui de verdade
O amor que está a pulsar

sábado, 12 de julho de 2008

MUNDO NOVO


MUNDO NOVO
(Victtoria Rossini)

O amor me pegou entre os vãos
Eu que pensava nem ter mais coração
O vi preenchido.
Me senti entendida
Acarinhada e absorvida.

Ele fez curativo em meus joelhos
Me lavou os olhos
E avistei um mundo novo.
Sem monstros
Sem escuridão,
Portanto sem sombras...
Estou entrando no mundo da luz!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

DECLARAÇÃO

DECLARAÇÃO
(Victtoria Rossini)

A todos os cantos declaro
Pra que fique bastante claro
Que o amor que me invadiu
Me trouxe a luz depois partiu
Sempre foi um amor verdadeiro

Ele sempre foi um homem fiel
O companheiro mais adorado
O amante mais dedicado
E nunca me foi cruel.
Foi zeloso e corajoso
Muito além do que se poderia esperar.

Fui eu quem foi covarde
Não soube valorizar
Aquele que só se fez amar.
Se hoje ardo a culpa é minha
Deve ser a minha sina.
Por isso me deixem chorar!

quinta-feira, 10 de julho de 2008

BILHETE A FLORBELA ESPANCA

BILHETE A FLORBELA ESPANCA
(Victtoria Rossini)

Que é isso amiga Florbela?
Olhes pela janela...
Aqui estou eu
Também a sofrer
Não foste a primeira
Nem serás a última a querer morrer.

Somos as amaldiçoadas filhas de Eva
Que ainda ouves aqui a gemer.
Sofremos de amores não correspondidos
Choramos nossos sonhos perdidos,
E infelizmente...
Continuamos a viver.

Ouça Florbela Espanca
Por mais que tentaste sair da dança
Tem mais irmãs aqui a sofrer.

OS DONOS DA VERDADE

OS DONOS DA VERDADE
(Victtoria Rosini)

Passei a sentir medo
Da inflexibilidade
Que os donos da verdade
Impõe ao mundo

Quando alguém
Não admite ser contrariado
Naquilo que estipula como correto
Classificam-se a si como certo
E os outros como ninguém,
Tudo está fadado ao fracasso
Porque sempre um erro crasso
Poderá acontecer...

E a facilidade de se adaptar a mudança
Voltar atrás
Mudar o passo da dança
É que determina
Quem é vencedor.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

GESTAÇÃO

GESTAÇÃO
(Victtoria Rossini)

Por nove meses
Gestei em meu ventre
Um amor ardente
Que me queimou as entranhas
Me levou a delírios
Me manteve nas alturas
E me deixou na face
As marcas da felicidade


Hoje o parto!
Parto a ferro
Parto com dores...

Deixando aqui no chão
Uma criatura diferente.
Nem minha cara
Nem a cara de seu pai.
Uma coisa estranha
Que quer me seguir
Quero levar,
Mas tenho que abandonar
Pois não me pertence.
Pertence a si mesma!

Por ela não sinto nem amor
Nem ódio
Nem indiferença...

Apenas estranheza.
Porque não era esse o rosto que via
Quando acariciava meu ventre
Inchado de amor profundo.

Agora parto
E não sei se levo ou deixo
A criação disforme que me olha do chão...

terça-feira, 8 de julho de 2008

SE

SE
(Victtoria Rossini)

Se dissesse á minha alma:
_Vem
Ela voaria para te encontrar.
Se me dissese:
_Fica!
Eu me quedaria aqui para sempre a te olhar.
Mas hora é tardia.
E ao meu caminho tenho que voltar.
Tua boca está selada
O que quero não podes falar.

O AMOR ME ESPERA

O AMOR ME ESPERA
(Victtoria Rossini)

Por cima da barreira do tempo
O amor me olha com olhos lassos
Me aguarda sem nenhuma pressa
Esperando eu desatar os laços

O amor que me é prometido
Por enquanto está entretido
Olhando seu próprio umbigo
Mas se preparando pra mim

Minhas alegrias e sofrimentos
São para evitar os tormentos
Que já não terei quando ele chegar

Quando ele me abraçar eu saberei
Que meus medos já superei
Para poder livremente amar

CONCEPÇÃO

CONCEPÇÃO
(Victtoria Rossini)

Do pai tempo enfurecido
Saem faíscas e fogo
Que caem endurecidos
No imenso ventre aberto
Da mãe espaço percebido

E o negro vazio fertilizante
Cai no solo maternante
Daí brotando tudo o que há...
A energia personificada
Faz de si uma estrada
Para os mistérios relembrar

segunda-feira, 7 de julho de 2008

COMPASSO DE ESPERA

COMPASSO DE ESPERA
(Victtoria Rossini)

Ouço as gotas de tempo
Pingando sob minha janela
Em compasso de espera
Com cara de contratempo

Cadê você?
Que não me vê
Que não me ouve
Que nunca vem...

E meu desejo congelado
É posto de lado
Pois só há vazio

Ouço o silêncio
Sinto o lamento
De um coração frio

sábado, 5 de julho de 2008

MEU PEQUENO MORCEGO

MEU PEQUENO MORCEGO
(Victtoria Rossini)

Ele sentiu meu cheiro
E me procurou.
Encontrei-o na montanha
O levei para minha casa
Na floresta dos sonhos.
Alimentei-o em meu seio
Até escorrer gotas do meu sangue
Porque nada o satisfazia.
Queria sempre mais...mais...E mais...

Se curou
Cresceu
Aprendeu
E voou

De vez em quando o procurava
E vertia minha energia sobre ele.
Mas agora meu pequeno morcego
Não podes mais se aproximar de mim,
Te sentes mal
Te da vertigem...
Eu não sabia
Mas a rede de proteção
Se fechou sobre mim.
_Infelizmente meu pequeno
Aqui...Para ti, não tem mais comida.

terça-feira, 1 de julho de 2008

NAMORO

NAMORO
(Victtoria Rossini)

E miram-se olhando de lado
Mão na mão num sorriso apaixonado

_Porque suspiras bela donzela?
_Por que vejo o amor galante cavalheiro!
_Então me amas adorada?
_Amo!
_Amo o amor que sinto aqui!
Muito embora seja de mim
Que o sinto se derramando.
E quando o vejo
De seus olhos saindo,
Muito embora seja meu...
Amo vê-lo me acalentando!