sábado, 31 de maio de 2008

CAPIM

CAPIM
(Victtoria Rossini)


Pé de capim
Que todos querem carpir
Quem disse pra ti:
“_É hora de sumir...”?

Quem decretou
Tua inutilidade
Nunca pensou
Em diversidade

É porque você não dá flor?
Porque os homens não podem te comer?
O que não tem essa utilidade
Tem que morrer?

E a harmonia
Que compõe a sinfonia
Onde cada um tem seu afazer
Fica fadada a morrer?

Quanta coisa hoje não virou capim?


* * *

BAGAGEM

BAGAGEM
(Victtoria Rossini)


Carrego uma mala
De tralhas variadas
Feita de sucatas
Que angariei pela estrada

Ela me atrasa
As vezes me arrasa
Mas sempre imagino
Que algo daqui preciso

E passam os anos
E correm os dias
E a mala arrastada
È só “cada vez mais pesada”

E se eu largasse tudo isso?
E saísse no mundo
Com as mãos livres
Itinerário aberto
Mente liberta
Das muitas bagagens
Que registrei como minhas?

E se perdesse os rastros
E pudesse ver o vasto
Além dos meus próprios mastros?
Se erguesse as âncoras
Tirando a cara
Dos ítens macabros
Dos cacos amados
Que chamo de MEUS?

Abandonando as bagagens
Seguindo viagem
sendo apenas EU

quinta-feira, 29 de maio de 2008

ANJO CERA

ANJO DE CERA
(Victtoria Rossini)

Meu anjo de cera
Em pé me espera
Derretendo indecente
Seu corpo potente.
A fogueira insana
Que aos dois inflama
Retira os freios
Encontra os meios
De fundir seu calor.
Na hora do amor
Sua boca de chama
Sugando me chama
Queimando até o fim.
Ajoelho aceitando
Suas gotas escorrendo
Pingando em mim

quarta-feira, 28 de maio de 2008

RUPTURA

RUPTURA
(Victtoria Rossini)

Enquanto durmo nesse tempo
Infinitas máscaras dançam ao meu redor
Meus “eus”
Meus Deuses
Meus corpos
Minhas vidas
Meus conceitos...
Formando uma imagem gigante
Do que eu acredito ser eu

Enquanto as sombras giram
A luz se movimenta
Formando desenhos fantásticos.
Nesse ritmo intermitente
O que vejo em minha frente
Até penso que seja meu.
E lobos e pássaros selvagens
Que penso serem de outras paragens
Se tornam tão naturais...

São mundos girando aqui
Sou eu que estou ali
De tudo fazendo parte.
Já derrubei os limites
Já quebrei as máscaras
Que congeladas pareciam existir.
E danço com os lobos
E vôo com os pássaros
Entendendo a alegria da vida
Na sua completa e complexa
Forma de ser aqui

O QUE HÁ POR TRÁS DA PORTA?

O QUE HÁ POR TRÁS DA PORTA?
(Victtoria Rossini)

O que há
Por trás da porta
Que sempre entorta
Quando tento abrir?

Ela se transforma
E não me conformo
Continuo batendo
Com as mãos doendo

Quero saber o que tem
Do outro lado
Qual é o quadro
Que se mantém

Quero os mistérios
Quero os segredos
Apesar dos medos
Que sobrevêm

Prego um olho
Na fechadura
E só vejo lá
A face escura

Mas imagino
Na minha mente
Um ambiente
Bem diferente

E aqui me posto
Olhando a porta
Sempre aguardando
Uma resposta

O SONO DAS FADAS MUSAS


O SONO DAS FADAS MUSAS
OU
QUANDO A INSPIRAÇÃO SOME
(VIcttoria Rossini)


Flor de bico
De pena encantada
Em versos escrito
Em trova cantada

Meus versos fluidos
De sons relembrados
Á sopro de fada,
Se extinguem no nada...

Sobrando só a tinta
Que a poesia pinta.
E o corpo poema
É só relevo e trama

As flores se fecham
As folhas se dobram
Esmaecendo o mundo
Esvaziando tudo

Voltando a fonte
Das coisas sem dono
Deixando só a ponte...As palavras vazias...
Sobrando o abandono

E as musas poetas
Que inspiram os versos
Se escondem quietas
Nas linhas e traços

Restando o silêncio
Na voz do poeta
E um vazio imenso
Sem tom ou sonata

E o som das palavras
Que movimentam a vida
Tornam-se simples letras
Morrendo esquecidas

terça-feira, 27 de maio de 2008

ME ABRACE MEU AMOR

ME ABRACE MEU AMOR
(Victtoria Rossini)

Me junte ao teu peito forte
Me mantenha a salvo da morte
De ficar afastada de ti

Me aqueça com teu calor
Me mantenha longe da dor
Me passe tua seiva vital

Me acaricie enquanto me abraça
Me preencha com a tua graça
Sussurre o quanto me ama

Me mantenha firme e em pé
Fortaleça a minha fé
Em ti, nas pessoas e no mundo

Me acolha com teu carinho
Me mantenha junto do ninho
Nesse estado de amor profundo

SEPARAÇÃO

SEPARAÇÃO
(Victtoria Rossini)

Me preparei pra ti
Te esperei
Mas você não veio.
Olhei as montanhas
Inalei o odor das flores silvestres
Cantei com os pássaros
Comi amoras
Dormi sob as árvores
E ainda assim...
Você não veio

Fui até o tronco mais grosso
Escrevi meu nome
O rodeei de flores
E descrevi com elas o caminho
Até a cascata onde me banhei
E você não me seguiu

Sequei ao sol
Torne a vestir minha roupa
Comi o que trouxe
Preparado para o nosso banquete.
Deixei pra ti algo, caso viesses
Juntei minhas coisas
Amarrei minhas sandálias
E segui meu caminho
Mas você não veio

Agora me recolho a minha morada
Onde para ti, não tem escala
Pois ao local que habito
Tu não pertences
E agora mesmo é que não me segues

Só tua mente passou por mim
Mas não me viu
Porque assim
Sem minhas roupas
Não me reconhece

segunda-feira, 26 de maio de 2008

MESTRE MIL FIOS

MESTRE MIL FIOS
(Victtoria Rossini)

Na grande roda de ensinamentos
Onde os koans saíam para serem combatidos
Mestre Mil fios desafiava os monges a lhe contestarem

“A própria idéia do tempo
Flui de ti Grande Sol
Você emana a você mesmo
Comendo e bebendo dos seus próprios raios...”

“Você é consciência resfriada Pedra Pesada.
Parada.
Perdida dentro do nada.
Absoluto inativo
Dentro de si mesmo
Acha que você é tudo o que há.
E mesmo assim se sente alheia as circunstâncias...”

“Nuvem Serena enquanto você pisca
Dentro da impermanência mil mundos já se formaram
E milhões se diluíram em frente aos teus olhos cegados...”

“ Teu ego Coruja Marrom são os óculos
Através dos quais você mede
Analisa, compara
E julga o mundo pelo que vê
Mas o que você vê
É apenas o que você mesmo projetou anteriormente.
Solte teus próprios rastros...”


E assim, por dias e dias
Eles ficaram na roda
Decifrando as pequenas estrofes
Que o velho sábio
Agora já criança
Entoava dançando acima do círculo

PORQUE SOU MULHER


PORQUE SOU MULHER
(Victtoria Rossini)



Por ser mulher
Que nunca sabe o que quer
Sou todas em uma
Sou transgênica e até nenhuma

Absorvo do ambiente em que vivo
Novas idéias e aditivos
Me recomponho e reestruturo
E não me importo em ficar em cima do muro


Se já tomei posições... Assumo
Se não tomei... Também não dou murro
Pra tudo aqui há tempo
Até pra se fingir de burra


Se quero rir
Rio até chorar
Pra se for de tristeza
Deixem eu me afogar


Sou mulher!
Se sou louca, tenho direitos adquiridos
Pelas muitas TPM’s
Pelas horas em frente aos espelhos
Pelos gemidos forçados
Pelos desejos calados
Pelas expectativas não correspondidas

Porque sou mulher
Sou uma
E sou muitas
Vivendo aqui
Nesse corpo mutante
Com os hormônios em festa
Me levantando e me derrubando

Sou guerreira invencível, quando necessário
Sou Amélia por amor
Sou fada por decisão
Bruxa pela mania de me intrometer onde não sou chamada
E sou covarde quando tenho medo de perder quem amo
Me basto, mas as vezes preciso de colo
Não preciso de mais nada
Quando tenho o que realmente importa

Instável? Volúvel?Indecisa?
Mas quando necessária sou infalível
Jamais falho quando for pra proteger quem amo
Sou uma e sou ao mesmo tempo muitas
Apenas porque sou mulher!

VEM MEU AMOR

VEM MEU AMOR
(Victtoria Rossini)

Vem meu amor
Deite-se comigo
Vamos dormir
E deixar o temporal passar

A água lavará ao passar
As lagrimas do nosso rosto
Não ficará nenhum pesar
Nenhuma mágoa e nenhum desgosto


Esqueça o passado
As farpas que te hão ferido
Mesmo que eu mesma as tenha cravado
Retiro-as todas e volto ao teu lado

domingo, 25 de maio de 2008

GRATIDÃO

GRATIDÃO
(Victtoria Rossini)

Sentada a beira do fogo
Buscando as coisas seguras
Certas de que são serenas
Encontro meu aconchego

Me esqueço da chuva la fora
Das enchentes e vendavais
Não vejo o correr das horas
Nem quem chega ou quem vai

No meu castelo aquecido
Com flores por todo lado
Durmo com a cabeça descoberta
Sem precisar trancar a porta

Essa paz que me rodeia
Me dando soberania
A vida me deu de presente
Agradeço todo dia

CUBÍCULO

CUBÍCULO
(Victtoria Rossini)

Há um hall
Cubículo fechado
Com as quatro portas seladas

Dentro dele um ser volátil
Esperando a porta abrir
Para enfim a si mesmo se unir

Espera junto ao batente
Tendo a abertura em mente
Passa o tempo todo espiando

Ser livre é o seu plano
Seu direito
E seu encanto

São longos ciclos de hibernação
Gozando da “proteção”
Por trás dos quatro portais

São os seus próprios mundos
Do qual o ser foi separado
E somente quando explodir as portas
Terá o seu todo restaurado

Dentro do pequeno quadrado
Apenas pela matéria é comandado
E mente, energia e espírito
Se sentem assim isolados

As vezes quando a mente em festa
Abre-se uma pequena fresta
E os mundos vem comungar

O buraco na fechadura
Interrompe a ruptura
Acontece a iluminação

E o corpo cubículo condensado
A santuário é consagrado
Completo e restaurado

A vida fluindo
Completa os ciclos
E segue a meta:
A restauração da percepção

PEDRAS AO POETA

PEDRAS AO POETA
(Victtoria Rossini)

Pyetro pediu pedras
Pedras lhe daremos...
Lhe daremos uma pedreira
De letras e de palavras

Para construir catedrais
Rios, mundos e vitrais
Para enfeitar a nossa tela
E tornar a vida ainda mais bela


Pra nos incitar as serestas
Pra amparar os corações
Que vivem de ilusões
Bebendo o sangue dos poetas

Que a alma de muitos pyetros
Que emanam vinho em palavras
Nos embriguem e nos derrubem
Mas com certeza:
Não a pedradas!!

Bjs Antonyus Pyetro

Amores E "AMOR"

Amores E “AMOR”
(Victtoria Rossini)

As muitas faces do amor
Esse gigante e senhor
Que existe para nos ensinar
Nos glorificar e redimir
Mas também para açoitar

O “Amor” verdadeiro que falo
Jamais se mostrará falho
Sem sabedoria ou paz

Já o amor paixão
É fogo e furacão
E tudo pode destroçar

Tem o amor carnal
Energia animal
Que é fera a nos consumir

Amor filial
Amor fraternal
Amor de vínculos
Amores humanos

Amores sagrados
Amores profanos
Que se revestem de sensações
Ao escorrer por nossos corações

Mas o amor que satisfaz
É o amor com sabedoria e paz
Que liberta o outro
Amor incondicional

Sem desejos
Sem apegos
Sem expectativas...
Portanto...É sem medos
E sem erros

AMOR COM SABEDORIA

AMOR COM SABEDORIA
(Victtoria Rossini)


Que o homem fenecia
Todo mundo via
Agonizando ali na calçada
Todos olhavam pesarosos
Mas ninguém fazia nada

Cada um tem suas histórias
Seus carmas e experiências
A quem compete modificar
O rumo de uma existência?

Até Jesus chorou depois de curar o aleijado
Que lhe baixaram pelo telhado.
Todos temos aprendizados
Que nos impingem nossos “pecados”

Quem sou eu para aliviar dores?
Tirar lições que lhe são devidas.
Cada um que enterre seus mortos
Tenha suas certezas e suas dúvidas

O que me adianta andar pela vida
Espalhando amor sem sabedoria
Que são as duas rodas do mesmo carro
Que nos conduz seguros por essa via

Tenho direito de querer fazer o bem
Olhos vendados sem saber a quem
Interferindo no livre arbítrio?

sábado, 24 de maio de 2008

POR FAVOR UMA INFORMAÇÃO

POR FAVOR UMA INFORMAÇÃO
(Victtoria Rossini)

_Ohhhh moço!! Uma informação por favor!..
_Sim.
_pode me ajudar??
_ Pois não.
_ Eu estou perdida.Tô procurando um shopping
_ Qual?
_ Não sei
_ Como assim?!
_ Então...Preciso de um lugar onde possa comprar felicidade.
_ ahhh...Difícil...Por que pelo que eu sei felicidade não se compra.
_Aiiiii...Então como eu faço?
_Bom... Primeiro você tem que saber o quê te traz ou te dá felicidade.
_Ahhhh taaa!
_ Você sabe?
_ Sei não
_ Seria paz?
_ Acho que não...Porque quando eu durmo eu durmo em paz a não acordo feliz.
_Quem sabe alegria?
_ É pode ser!! Quando eu rio muito na hora eu sou feliz! É...Ahhh...Mas logo depois passa.
_ Ta. Quem sabe amor?
_Ééé. Ahhh mas tem uma coisa. Várias pessoas me amam e isso não me deixa feliz.
_ Mas você ama?
_ Olha já amei muito. E isso só me deixou infeliz...Escuta, já que você conhece tanto disso pode me dizer onde eu compro felicidade? Qual é o preço dela? Ou já que você disse que não se compra como posso encontrar?
_Sei não moça. Também to procurando. Mas pega o número do meu celular e se encontrar me avisa por favor!
_ Tah vou continuar procurando então..Txau...E obrigada!

quarta-feira, 21 de maio de 2008

OLHAR


OLHAR
(Victtoria Rossini)

Por trás...
A porta

À frente...
Há rua

Por dentro...
Há sede

Lá longe...
A liberdade

E os olhos lassos olham...
Olham...
E apenas sonham.

terça-feira, 20 de maio de 2008

HOJE É O DIA

HOJE É O DIA
(Victtoria Rossini)

H ora de viver!
O amanhã a Deus pertence.
J á... É o meu tempo.
E u o único autor.

É hora de ser feliz!

O uso fazer o que eu sempre quis...

D eixando o ontem lá pra trás
I ntimo o céu e a terra
A me proporcionarem hoje:

O MELHOR DIA DA MINHA VIDA!!

SEGREDOS DE MULHER


SEGREDOS DE MULHER
(Victtoria Rossini)

Quero te contar meus segredos
Quero desnudar meus medos
Te guiar nos labirintos
Dizer tudo que sinto
Sem mistérios ou tormentos
Límpida como um cristal

Mas me abrir me rasga o ventre
Me desnuda em tua frente
Sem nada a me agasalhar
Sem surpresas pra te dar

Não é que eu tenha mistérios
Nos baús da minha vida
Mas tenho chaves e desejos secretos
Que nem eu descobri ainda

Me decifro todo dia
Me recrio em agonia
Para mais claro me olhar.
Mas a esfinge que eu sou
Me encara no espelho e vou
Em meu silêncio me achar

ABSTINÊNCIA

ABSTINÊNCIA
(Victtoria Rossini)

Estou de dieta
Nada de doces
Nada de gozo
Nada de stress

Por uns dias vou desfilar
No fio que une o altar
Ao meu corpo mera cebola

Me abstenho de toxinas
Apenas limpando o canal
Tirando o que me faz mal

Reestruturo a passagem
Olhos fixos na paisagem
No horizonte a descortinar

Vejo os rios e os vulcões
Enchendo bem os pulmões
Pra meu corpo equilibrar

CIDADE SAGRADA


CIDADE SAGRADA
(Victtoria Rossini)

A montanha sagrada
A pouco foi silenciada.
É hora de reverência...
Boca calada
Mente centrada
Com os sentidos em continência

O som dos sons
Esta ecoando...
As dúvidas se vão
A paz esta voltando.
Mesmo vazia
Sala repleta:
De amor
De luz
E de vida

A vibração se estende
Atingindo todo vale
Inundando a cidade
Abrindo portais no céu
E o silencio invocado
Como sempre tem provocado
A descoberta do EU

SAUDADES

SAUDADES
(Victtoria Rossini)

S ilêncio contido
A trás do olhar perdido
U ma dor e um vazio
D izendo o tempo todo:
A usência...Carência...Falta...
D ispenso lenitivos.
E u quero é ficar contigo!
S audades...Suspiros...Soluços...

segunda-feira, 19 de maio de 2008

DESPEDIDA

DESPEDIDA
(Victtoria Rossini)

Sobre o criado mudo
A aliança e anel de noivado
São peças abandonadas
Sobre o envelope pardo
Que encerra toda uma vida.
E a carta de despedida
Fechada.
Como sempre fui...

_ Me perdoe o desapontamento.
Mas aqui termina nosso casamento.
Se prometi ser fiel,
Sempre fui e sempre serei
Mas primeiro sou fiel a mim!

Se hoje te abandono
É porque meu coração
Sem querer encontrou outro dono.
Levo apenas a roupa do corpo
E parto em lagrimas
Por não ter podido cumprir o trato
De te amar, te cuidar
Até a morte nos separar

O amor nos separou!
Me pegou de surpresa
Me deixou indefesa
E me derrubou.
Estou caída
Completamente sem saída...
Ou amo ou morro!

As lagrimas que derramei ontem
Era um pedido de socorro
Mas nada me resgatou

Meu coração é prisioneiro!
Saio daqui com as mãos e os pés presos.
Nem sei direito para onde vou.
Já esqueci até quem sou.
Só sei que sigo uma miragem...

Me deixe ir
Não me procure
Não tente me convencer a voltar!
Sei que me ama
Que sou teu único e grande amor.

Mas também vou sem garantias...

Posso sofrer mais por ter
Do que por não ter.
Mas meu querido
Por favor me perdoe!
Tenho que ao menos tentar.
Sei que vou para não voltar...

Adeus!

REENCONTRO

REENCONTRO
(Victtoria Rossini)

A neblina está e desfazendo
E dois corações extraviados
Estão parados no meio do caminho
De novo se reencontrando...

Já se delineia os traços
Já se esclarecem os fatos
E se observam curiosamente

Foram-se os anos perdidos
Os segredos escondidos
É hora de seguir em frente

Se olham de cima a baixo
E sorrindo abrem os braços
Beijando-se furiosamente

AMANTE DO TEMPO

AMANTE DO TEMPO
(Victtoria Rossini)

Pernas longas de bailarina
Riso raso de menina
E malícia no andar

Longos cabelos brilhando como estrelas
Mãos abertas girando no ar
Dias e dias a dançar

E a bela sem perceber
Que o tempo está a correr
Tem os sonhos escorrendo
Pela boca e pelo olhar

Grita ao tempo:
_ Tu não existe!
Eu jamais ficarei triste.
E não vais me enganar!

Que me importa se tu passas?
Nos teus anos acho graça...
São todos meus para amar!
E roda feliz a cantar

_Amo o dia
Curto a noite!
Teus segundos são orgia
Teus minutos fantasia
Hora à hora meu amante...
Eternamente

A DERIVA

A DERIVA
(Victtoria Rossini)

Sou nau a deriva
Sem bússola
Sem mapa
Sem timoneiro...

Navego na tempestade.
Olhos toldados pela saudade
Que derruba sem me avisar.
Miro ao longe um continente
E canto toda contente
Pois sei que você esta lá.
São dias a navegar
Sem destino em alto mar
Sem rumo, sem prumo
Mas com tua visão a me guiar

Te olho fixamente...
E nem as rajadas frias
Nem o sol escaldante
Farão por um só instante
De ti eu me desviar.
Você é meu norte.
E nem mesmo a morte
Conseguiu nos afastar.

Por isso navego impassível...
Mesmo que pareça impossível
Sei que vou te encontrar.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

DESAFIO


DESAFIO
(Victtoria Rossini)


Se queres me matar
Não me dê do teu veneno
Uso tudo o que me dão
E crio minha imunização

O que não me mata
Com certeza me fortalece
E o barulho das espadas
Às vezes me apetece

Nunca corro de desafios
Que mexam com os meus brios
Nem deixo me abater
Por algo que sei que posso vencer

Então deponha tuas armas...
E nunca chame pra duelos
Uma guerreira disfarçada
Que encontrou na beira da estrada



ESTRELAS SOLITÁRIAS


ESTRELAS SOLITÁRIAS
(Victtoria Rossini)

Só quero ser eu...
Se alta
Se baixa
Se gorda
Se magra
Se tenho tudo
Se tenho nada
Com flores na mão
Ou ela armada.
Se dormindo de dia
Se correndo na madrugada

Vocês são os outros!
Não vivem por mim.
Quando choro
Choro sozinha
Quando gargalho
Acerto ou falho
Não podem sentir por mim

Se alguém me diz
Que me ama... Ou não...
Isso não muda minha solidão.
Nasci sozinha.
Não quero morrer acompanhada.
Essa hora é minha
Quero curtir cada passo
Que me reserva minha jornada.

Se beijo as meninas
E me excitam os meninos,
Se respiro pó
E me alimento de água,
Se o ácido não me corrói
Mas a raiva me incomoda.
Se quero fazer acupuntura
Com agulhas de tricô,
Se quero que parafusos sejam meus piercings
Se quero beber a sopa no prato...
_”Pooobrema meuuuu!!”

Você que me olha
É apenas alguém que passa
Só eu continuo aqui
Achando motivos para rir
Criando formas de existir
Razões para não ir
E pondo ordem no caos

Sou só.
Mesmo rodeada de gente
Vivo só.
Mesmo que compartilhe um planeta
Morrerei só.
Mesmo que alguém naquela hora me abrace...
Portanto quero apenas
Ter o direito de ser eu
Já que tenho o dever de ser eu

E você que passa
Pode me amar
Pode me olhar
Pode me tocar...
Mas não pode viver por mim.
Nem eu por ti.

Somos estrelas solitárias
Vagando nos céus dos tempos

E você também...
Nasceu só
Viverá só
E morrerá só
Portanto: Seja você mesmo!


NOITE ESCURA

NOITE ESCURA
( Victtoria Rossini)

Caiu a noite escura.
E você está só na imensidão
De um lado nada
Do outro também

Acima nuvens negras
Abaixo o precipício
Dentro de ti o medo
Você respira a escuridão

Não tenhas medo meu filho!
Acenda o interruptor.
Veja: As trevas não existem!
É apenas a falta da luz...

Quando o sol levanta
A noite vai.
Quando a luz apaga
A escuridão “parece” existir

Mas nunca esqueça:
Por mais que você nada veja
Tudo está ali no seu lugar.
Nada do que realmente existe desaparece
Porque a escuridão aparentemente aparece.
Olhe com olhos de luz
Que a escuridão se desfaz.

Quando a nuvem que estiver encobrindo a lua
Novamente se movimentar
Você verá claramente
A face iluminada de todas as coisas

Não tema a escuridão
Nem suas ondas de falta de luz
Que podem te parecer monstros invencíveis.
Apenas olhe fixamente para a grande luz
Que ela se expandirá
E iluminará o teu mundo
.

ALIMENTANDO

ALIMENTANDO
(Victtoria Rossini)

Vim dar comida e carinho
Na boca do passarinho
Ainda fraco e depenado
Caído triste no ninho

Ele se debate cego
Sem saber ainda quem é
Nem sabe que existe
E nem imagina o que quer

É pequeno meu gavião
Mas já me reconhece
Abre guloso o bico
Quando minha silhueta aparece

Crescerá rápido
Começará a voar
Aprenderá a caçar
E de mim esquecerá

Mas assim é a vida
Essa é a história
Cada um da o que tem.
Reforços para a vitória...

Para uns uma palavra
A outros basta um olhar
Uma flor para aquecer
Um toque pra apaziguar

O alimento que os seres precisam
São tantos como os seres do mar
Uma migalha pra uns
A mil pode alimentar

Sirvo minhas crianças na boca
Alimentando suas ânsias
A cada um sua dieta
Mas sempre criando à bonança.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

POLINIZAÇÃO


POLINIZAÇÃO
(Victtoria Rossini)

Flor rubra
Nua
Respingada
De pólen encharcada

Zangão vivo e satisfeito
Apenas rolando no leito
Quente da sua amada

DOCE INFÂNCIA

DOCE INFÂNCIA
(VIcttoria Rossini)

Quem quer os miudinhos
Todos arrumadinhos
E prestando continência
É porque quer céu sem lua
E mar sem transparência

O ser humano nasceu
Pra brincar e pra pular
Dar gargalhadas e gritos
Pra rolar e se fartar
De toques e de abraços
De puxar e alargar os traços
Em caretas e trejeitos.
Somos filhos da alegria
Curtindo pra valer o dia
Que temos a missão apenas
De sermos felizes e naturais

É o breve dia da infância...
São apenas poucos ciclos
Que deveriam nos deixar ricos
De lembranças de vivências
De lições de consciência.
Ela deve deixar longas historias
Que falem dos dias de gloria
Em que a felicidade morou em si.
Sem problemas e sem temas
Responsabilidades ou implantação.
Infância é tempo de festa
De corridas e serestas
Pra guardar no coração.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

ENCONTRO DE SÓIS


ENCONTRO DE SÓIS
(Victtoria Rosini)


Como pode dois corpos celestes
Com suas orbitas fixas
Com realidades tão diferentes
Serem apanhados pelo mesmo feixe
E serem tragados ao mesmo instante
Como corpos errantes
Num mundo paralelo
De encontros insanos

Acidente?
Encontro marcado?
Quem fez os planos?
Existe retorno?

Quando um vulcão em chamas
Explode em minha terra santa
Inundando meus montes
E aquecendo minhas planícies
O vento quente muda tudo de lugar
Chamusqueando as vestes
Que tem que ser arrancadas...
Ahhh cataclisma incandescente!

Dois sóis
Que quando um ausente
São desertos frios
Sem movimento

DOMINGO

DOMINGO
(Victtoria Rossini)

Sons e acordes no ar
Fitas nos cabelos
O amor salta ao olhar

Festança multicolorida
Mostrando a força da vida
Na luz do sol a brilhar

Mãos que se tocam saudosas
Moças recebem rosas
Do florista a circular

Crianças correm arteiras
Dando as mães a certeza:
_Eu nasci para amar!

São seres em dia de paz
Que a bonança sempre traz
É hora de compartilhar


Da esperança e tranqüilidade
Que corre pela cidade
Num domingo a beira-mar

Roberto França

Juras secretas, profundamente demais,como responderei não sei?.

QUE SEI
(Roberto França)

Que sei, dormia, acordei
que horas são?
Vários relógios pifados
a bateria do mundo,
o controle da vida
Ligo o computador :
Há uma poetisa
que faz o inanimado se animar
faz a "unão das teias de aranhas
agarrarem o leão" quem é você?
Que me acorda com poderes mágicos
desperto com um mundo amoroso e solidário
Não haverá ataques,
estamos sorrindo
levamos a bandeira de nossa alma
a âncora de nosso amor
pusilanemente, atiram na gente!
balas de festins,
Poderes de DEUS
Acordamos mais um aliado
para ajudar esse paraíso
dilacerado, destruido e carcomido
Como você chegou? Heroína,
erguendo a solidariedade e o amor.
anjo bom.
Força dos fracos;
bonança da tempestade.
Onde estão nossos inimigos?
Fugiram...
Nossas armas: ternura e irmandade
Victtoria e Victtoria!

JULGAMENTO


JULGAMENTO
(Victtoria Rossini)

Ajoelho
Junto às mãos humildemente
Tenho uma espada em aço quente
Pairando sobre minha cabeça.
Não é carrasco!
È apenas o condutor dos trilhos
O dono da roda

A partir de agora
O que quer que aconteça
Está alem da minha decisão
Se for sim
Se for não
O julgamento tardio
Pode gerar calafrios
Ou aquecer meu coração

Nessa escala além da vida
Formando um hiato no tempo
O destino me tem nas mãos
Estou impotente
A espera do julgamento
Apenas aguardando o andamento
Dos eventos que virão

Todo poder de decisão
Agora me foi tirado
Corra tempo
Gire roda
Estou congelada aqui fora
Aguardando a absolvição
Se já fechei o círculo
Eu quero a libertação

Expectativas..
Que desça a lâmina!
Efetue-se o julgamento.

domingo, 11 de maio de 2008

JURAS SECRETAS


JURAS SECRETAS
(Victtoria Rossini)

Durante o ataque
Duas costas se protegem
Girando como um
Num entendimento mudo.
O toque dos corpos
Se entendem dançando
Enquanto as katanas cantam

O som do metal
Entre gemidos de dor
E respingos de sangue
Fortalece a união.
Homem e mulher
Amantes secretos
Seres sem teto
Andarilhos da vida
Dormindo ao relento

Para amar não há tempo.
Apenas sobreviver...

E o amor calado
É deixado de lado
Do amanhecer ao anoitecer.
Haverá outro dia?
Ninguém sabia...
A lei é sobreviver.
Então porque desejar
O que nunca poderá ser?
O amor é silencioso
A jura é secreta
e o desejo constante:
Prometo te proteger!

sábado, 10 de maio de 2008

MEU HOMEM ANJO

MEU HOMEM ANJO
(Victtria Rossini)

Tem um anjo na minha janela
Que está sempre esperando que ela
Se abra pra ele entrar

Anjo lindo amargurado
Que pensa que está de lado
Mas é sempre o meu altar

Pra ele rezo todo dia
Musicas e homilias
Que preechem meu coração

Meu homem anjo apaixonado
Que sempre está do meu lado
È meu anjo de devoção

sexta-feira, 9 de maio de 2008

ENTREGA

ENTREGA
(Victtoria Rossini)

Um copo que cai
No chão com um aiii
Apenas É
Sem perceber o pesar
Sem se perguntar pra onde vai
Apenas se entrega
Ao chão como oferenda
Fazendo das partes de si uma prenda
Ao todo que sempre foi

LIÇÃO DAS TRISTEZAS

LIÇÃO DAS TRISTEZAS
(Victtoria Rossini)

Quando num poço de amarguras
Não penses que as agruras
São flechas estranhas a te espetar

São dardos por ti lançados
Nos presentes
Nos passados
Sem endereços
Ou rejeitados
Que agora estão a voltar

Apenas faça uma rede
De proteção na parede
Que está a te rodear

Pegue todas!
Sem nenhuma te derrubar.
Então faça um enfeite
Que te sirva de lembrete
Pra nunca mais
Ao baixo e triste te associar!

AMOR MAQUIADO

AMOR MAQUIADO
(Victoria Rossini)

Toda paixão se maquia de amor
Para ganhar o trono
Pra conquistar o dono
Da energia em flor.
A paixão começa a fazer mal
Quando ficamos extáticos
Mirando os olhos do outro
E esquecemos-nos de olhar para nós mesmos.

Ela nos prejudica
Quando olhamos para nós
Com o olhar do outro.
Quando só olhamos
O que nos apontam
Sem criarmos nossa própria direção.

Ela nos deixa errantes
Quando o centro da nossa vida
Se descola girando o eixo
E deixamos de ser importante
Para nos tornar apêndice
Do querido amante.

O amor faz-nos seres perdidos
Quando metade do nosso tempo
Vira tempo sem sentido.
Já não é amor
Quando nossa energia
Só é reabastecida pela presença do outro.

O amor paixão
Se torna obsessão
Quando agradar o outro
Se torna mais importante
Que agradar a mim.
O amor se perde
Quando o amor por outro
For maior do que o amor por si.

EU ESPERO...

EU ESPERO...
(Victtoria Rossini)

Se for para estar contigo
Nem brasas é castigo
Nem frio pode me deter

Acordo de madrugada
Durmo la na calçada
Apenas para te ver

Pois uma hora com você
É muito melhor que morrer
Sem nunca ter te conhecido

A CRIANÇA E O MAR

A CRIANÇA E O MAR
(Victtoria Rossini)

O barulho das ondas
Batendo no casco da embarcação
Faz a criança adormecer.

A música das gaivotas
Revoando em sua volta
Fala da alegria de estar ali.

Acorda e corre apressada
Jogando areia a cada passada
Deixando rastros cada vez maiores...

E as pegadas ficam gigantes
Não se sentindo como antes
Inocente a cada dormir.

Já ouve vozes estranhas
Percebe o escuro da noite
E o medo é seu açoite.

Não percebe como sempre
Que ela e “aquele” ente
São os únicos a estar ali.

Então sente medo de que?
Nem ela sabe dizer.
Não aprendeu a falar!

Apenas esqueceu-se de crer...

A FESTA DA LUZ

A FESTA DA LUZ
(Victtoria Rossini)

Despetalem as rosas
Rápido as toalhas de rendas...
Sirvam as oferendas
Hoje é o grande dia da luz.

Se vistam com seu melhor sentimento
Acendam as expectativas
Apenas acreditem
E deponham sua cruz.

Nada vos preparou
Para o dia que virá
A alegria te fará tremer
E tudo o que já se viu
Irá desaparecer.

É a visão de um mundo novo
Escondido dentro de você.
Milhares de portas se abrirão
E sentirás o clarão.
Mesmo tuas pupilas cegas
Sentirão o calor da luz.

Corra!
Prepare-se
A luz está surgindo
Rompendo as trevas
Quebrando as trancas
Explodindo as correntes...
É chegada a hora da iluminação.

Abra os olhos que não querem ver
E te jogue só
Sem mapas
Sem bussolas
Relaxe...
A luz te guiará!
Apenas deixe a luz fazer festa em você!

OUÇAM!

OUÇAM!
(Victtoria Rossini)

Silêncio!!
Ouçam os tambores...
Estão vendo os sinais?
Encostem os ouvidos no chão.
Sentem o tropel?
Eles estão vindo!
As boas novas estão soando
Tem tropas se aproximando...

É o batalhão da felicidade
Invadindo essa cidade.
Destruirão as muralhas da incerteza
E manterão por toda noite acesa
A chama da compaixão.
“Bem-aventurados ” se chamarão...

A praça cantará em festa
E toda pupila se dilatará.
Porque sentirão em si
Porque verão em mim
O efeito do som das trombetas
Que despertarão as mentes
Que farão brotar as sementes
Da perfeição em cada ser.

DANÇA DA FELICIDADE

DANÇA DA FELICIDADE
(Victtoria Rossini)

É tempo de felicidade
Danço descalça e apaixonada
Na grande mesa de pedra
Que me serve a materialidade.

Giro e grito exultante
Aproveitando cada instante
Gargalhando a cada rodada
A dervixe criadora voando pela estrada


Não tenho medo da vida
E não me oprime a saudade
Faço do que me foi servido
Uma festa em minha homenagem

Venha dia!!
Desça noite!!
Estou aqui.
Nua... Mas amparada

Aberta
Receptiva
Esperando cada raio
Tocar pra mim a serenata

Mente desperta
Agarrando cada galho
Me entrego como uma oferenda
Inteira a felicidade

Assovio notas desconhecidas
Conto histórias descabidas
Pra quem não está aqui.
Mas este é meu mundo
No estado de amor profundo!
E só falo do que vivi.

TEMPO ETERNO

TEMPO ETERNO
(Victtoria Rossini)

Vivo o tempo eterno
Onde o agora é a única porta.
Daqui não saio
Daqui nunca saí.
Sou a maga dos tempos
Poderosa entre os portais
Acionando o porvir
Cantando o que será.

Sempre fui eu
E apenas eu
A materializar tudo o que vi.
As lágrimas que derramei
As experiências que tramei
Foram exercícios de percepção...

Brinco entre os mundos
De criar ciências
Entender demências
De acordar e adormecer a consciência.
Durmo...acordo...
Deixo de criar e me submeto ao nada
Apenas para despertar acesa

E entender que eu
Apenas eu
Sou a dona do tempo
E manuseio os cordões de luz
Que me cercam por todos os lados
Criar...
Recriar...
Destruir...

Com minhas dança cósmica
Giro a roda
Abro todos os portais.
E permaneço aqui.
Sou a senhora dos tempos
Desvelando os sinais.
O passado pra mim é nada.
O futuro... Apenas um sonho a mais
Que teço na minha rede.

ESPERA

ESPERA
(Victtoria Rossini)

Sabia que você não viria
E usei o tempo para me enfeitar
Preguei flores no cabelo
Dancei em frente ao espelho
Apenas pra te esperar
Rosea, linda e sorridente
Com estrelas no olhar
Me embrulhei toda pra presente
E me pus toda contente
Contar as horas pra você voltar

quinta-feira, 8 de maio de 2008

MINHA SEMENTE



MINHA SEMENTE
(Victtoria Rossini)

Preparo em meu ventre
A semente do amanhã.
Rego-a com amor contente
Me tornando um agasalho permanente
Mais do que apenas um simples portal.
Quando ela me romper à carne
E se tornar um ser pensante,
Seguirei a sua direita
Apenas pra lhe admirar.
A preparei pra vida
A treinarei pra lida
Lhe predirei o que será.
Mas sei que ao nascer
Seus olhos curiosos
Irão onde a sua alma mandar.
Mas continuarei de olhos atentos
Protegendo-a dos ventos
Com meu coração a lhe guardar.

domingo, 4 de maio de 2008

APENAS UM VELHO JARDINEIRO

APENAS UM VELHO JARDINEIRO
(Victtoria Rossini)

Olho o sol e a lua a brilhar profanos
Sobre os corpos nus.
Olho os frutos a cair de maduros
Despejando o suco
Sobre o solo seco
Que lhe recebe de olhos vendados.

Sinto a chuva e deslizar ligeira
Inundando os campos
Enchendo de encantos
A terra inteira.
Sinto a harmonia!
E esta alegria me desespera.

Tudo brilha
Todos estão felizes
Por um motivo ou outro.
Mesmo com seus matizes
O dia e a noite
Se entendem se misturando.

Só eu
Que tenho todos os motivos
Pra sorrir contente.
Que tenho a vida que sempre quis
Que tenho tudo pra ser feliz
Pareço não ter nada
Realmente importante.

Estou indiferente
Ao fogo e a água
A vida e a morte.
Se o dia vai
Se o dia vem
É apenas mais um...
Pra mim tudo bem!

Se chorar de alegria é bom
De tristeza também.
Se o começo é ótimo
O fim idem.
É só mais uma experiência
Que vai e que vem.

Pra que tantos dias?
Pra que tanta angustia?
Tanta esperança?
Se no final das contas
Tenho apenas que equilibrar a balança
E me jogar de novo
No velho jogo
De xadrez da vida?

Sou um jardineiro velho e cansado!
Já plantei as arvores do Éden
Já colhi a colheita santa
E eu mesmo podei as espinheiras do inferno.
Já vi o sol secar minhas flores
E vi as sementes renascerem depois de mil anos.

Quer saber como me sinto
Vendo as crianças
Pular amarelinha no velho tabuleiro de xadrez
Criado por Caim,
Achando que foram elas que o desenharam?

Às vezes alegre por sabê-las criança
Com mente zerada e cheia de esperança!
Ás vezes velho e sem mistérios
Conhecendo os caminhos
Reconhecendo a dança.
Querendo ter esquecido
Como elas o acontecido.
Mas meus olhos secos
Com a insônia dos tempos
Não me deixam esquecer
Nem por um momento
Toda a história
E os caminhos dos ventos

Sim!
O que você pede
Eu agradeço.
Entrego o fado!
E só por um instante
Queria olhar tudo
Com olhos jovens
De deslumbramento
E achar que a vida
Começou agora
E só o que importa
É o contentamento.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

O ECOAR DA VERDADE

O ECOAR DA VERDADE
(Victtoria Rossini)

As trombetas da verdade
Ecoaram pelos vales
Lavaram arvores
Limparam almas
Trazendo a felicidade

Quando o som ecoou
Os anjos reapareceram
As crianças sorriram
E até o sol nasceu
Impondo sua claridade

Se certo
Se errado
Apenas se expôs o fardo
Escondido nos porões
Libertou os oprimidos
Trouxe pra fora os gritos
De angustia e solidão

Se pra vida leve
Se pra morte breve
Apenas o escoar da areia
E o destino com sua teia
Com certeza nos dirá

Mas trouxe o desfecho de um ciclo
Perdido na historia das eras
Nos dando a libertação.
A partir de agora
O que tiver que ser será.

TEUS RASTROS

TEUS RASTROS
(Victtoria Rossini)

Minha casa tem teus rastros
Meu corpo tem teu cheiro
Minha alma tem tua marca
Meu coração o tem por inteiro

Quando acordo pela manha
E percebo tuas pegadas
Me preparo pra caçada
Do teu sorriso pelas estradas

Jogo iscas de carinho
Estico o lençol do ninho
Banho o corpo apaixonada
Te entrego meu melhor sentimento
E fico esperando acordada

Fico acarinhando os sinais
Te vendo em minha retina
Esperando sempre mais
Quando mais uma noite de amor termina

Tento limpar teus rastros
Que estão em mim incrustados
Mas sai a pele, morre a alma
E sempre fico aos pedaços