sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

VENTRE CHEIO


VENTRE CHEIO
(Victtoria Rossini)

Não vês que você esta prenhe?
E que teus filhos desovam
A cada passo que dás?

Tua mente cheia de idéias
Povoam universos
Parem desgraças
Largam flores infantes
Cada vez que tu te moves

Olhe teu ventre inchado
De palavras caladas
Notícias mal ditas
Emoções carcomidas
Puro fel que abrigas aí

Cuidado com as tuas crianças!...
Se queres ter esperança
Vigia o que afagas em ti

Não penses que a tua glória
Só virá com a vitória
Contra o mundo
Ou contra alguém que há de vir...
Porque o teu maior inimigo
E o teu maior aliado
Guerreiam dentro de ti

O teu sucesso imediato
Será quando apagar os rastros
Das formas pensamentos
Dos filhos sentimentos
Das correntes de hábitos
Das crias chamadas palavras
Que vomitas contra o vento

Reverencie teu templo
Vigie de perto teus filhos
No útero do teu destino.
O que cultivas ai dentro?

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

BUSCANDO A LUZ


BUSCANDO A LUZ
(Victtoria Rossini)

Mesmo sabendo que sou pura luz
Às vezes eu mesmo
Me coloco na escuridão
Mesmo ela não sendo
Naturalmente minha

Me enfio nos túneis da minha mente
E saio tateando as paredes
Pondo meus pés pra andar
Mesmo feridos por não poderem ver
Ja que meu corpo está paralisado
E pra baixo não quero olhar
Sigo a luz
Lá...
Bem lá...
Porque aqui
Só as trevas a me cercar

E saio nessa busca ilusória
Quando na verdade
A luz sempre esteve dentro de mim

PEDAÇOS DE SONHOS


PEDAÇOS DE SONHOS
(Victtoria Rossini)

Pedaços de lembranças de nós mesmo bailam a nossa volta
A ponto de nos perguntarmos... Quem disso tudo sou eu?
O que..Como fui...E quem fui vive aonde?
E amanhã quem serei?
E se não conseguir realizar o que sonho
Ainda assim serei eu?
Como me sentirei se realizá-los todos?
E se não realizar nenhum?

Se for assim eu sou eu, ou eu sou meus sonhos?
Se eu sou meus sonhos, porque os sonhei?
Porque os sonho?!
Se for pra eles tomarem conta de mim,
A ponto de absorver, quem nem sei ainda, quem ou como serei?!

Seremos todos pedaços de sonhos?

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O TREMOR DA FORÇA


O TREMOR DA FORÇA
(Victtoria Rossini)

Ouça o tremor
Da força feminina
Sapateando no chão

Sinta o furor
Das fêmeas inconstantes
Se entregando ao seu sentir

Toque o calor
Que brota das entranhas
Da terra mãe
E agita todas as fêmeas
Com seus ciclos de amor

Sinta o aconchego
Que preenche nosso coração
-Vem!
Deite-se aqui!
Repouse
Seja meu
Eu te amarei
E te protegerei!

Até que minha língua afiada te fira
Que minhas unhas te rasguem
E meus pés te sapateiem....

Ah... Mas quando tudo isso passa
Você descobre onde é o céu
Quando a poeira baixa
E meus ânimos serenam
Estás novamente em casa
Em mim
O teu paraíso

Até o próximo temporal

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

OBJETO DE DESEJO


OBJETO DE DESEJO
(Victtoria Rossini)

Te observo de longe
E meu sangue borbulha

Sigo tua silhueta
E vejo elas te cheirando
Te cercando
Como cadelas no cio

E meu desejo inflama

Te olho do alto da minha torre
E meu corpo clama
Pelas delicias
Que tua boca oferece
Minha voz te chama
Baixinho
Implorando pra que não venhas

Porque não te quero como dama
Te quero como ralé
Quero saltar em cima de ti
E te fazer meu
Em meio a palavrões, suores e saliva

Fecho os olhos
E me toco lasciva
Implorando
Para que não me vejas
Pela janela entreaberta
De onde te espiono
E te vejo
Satisfazendo os delírios
De outras
Que como eu
Se mantém presas a você
Meu objeto de desejo

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

FADAS MODERNAS


FADAS MODERNAS
(Victtoria Rossini)

Não tenho bola de cristal
Mas tenho tela de cristal liquido
Minha carruagem tem 1.6 cavalos
Minha varinha é uma caneta

Viajo por entre os mundos
Bisbilhotando segredos
Dos seres curando medos
Puxando alguém para a vida
Cicatrizando feridas
Transformando sapos em príncipes
Mostrando a beleza daquelas
Que não sabem que são cinderelas

Na pequena janela-tela
Estico as mãos canto canções
Que despertam mentes
Fazem brotar sementes
Que mais tarde florirão...

Assim vivem as fadas modernas
Às vezes em belos ternos
Ou em shortinhos de verão
Mas trazemos escondidos
Sob a barra dos vestidos
Símbolos de proteção

Pronunciamos palavras mágicas
De benção ao sol e a água
E aos portais que se abrirão
Descobrimos novos caminhos
Desvendamos pergaminhos
Anulando as maldições

Às vezes fadas madrinhas
Às vezes só pequeninas
Crianças em oração

NOS PORÕES DO CORAÇÃO


NOS PORÕES DO CORAÇÃO
(Victtoria Rossini)

Nas trilhas da solidão
Tem sempre a sombra de uma paixão
Que não viveu
Mas que também não morreu
Pra lhe fosse providenciado um caixão...
E essa sombra nos segue
Nos aquece
Às vezes nos enlouquece
Por não sentirmos mais sua vida.
Mas continua ardida
Mesmo preterida
Aos porões do coração.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

FOME DE PRAZER


FOME DE PRAZER
(Victtoria Rossini)

Fome eterna pra alimentar
Bocas abertas em todo lugar

Quero me nutrir
Absorver tudo
Até vomitar

Todas as minhas entradas
Obscenamente escancaradas
Querem sugar tudo que há

Quero preencher meus ouvidos
De belos sons, gostosas palavras
Que façam vibrar

Quero minha boca
Salivando estremecida
Outros lábios a beijar

Quero meu sexo intumescido
Voluptuosamente preenchido
Com outros a delirar

Quero meus olhos esbugalhados
Com imagens maravilhosas
Que me levem a viajar

Quero cada poro da minha pele
Transpirando de prazer
Pra meu corpo alimentar

Intimidade repartida
O caminho dos corpos aberto
Energia solta no ar

Fome eterna pra alimentar
Bocas abertas em todo lugar

ENCONTRO COM O AMOR


ENCONTRO COM O AMOR
(Victtoria Rossini)

Sonho com um amor especial!
Cheio de encantos, sensual
Sensível, atencioso, natural

Mas...
Estou preparada pra quando ele chegar?
Hoje, eu sou quem ele sonha amar?

Se nos encontrássemos hoje
Ele reconheceria em mim seu sonho?
(porque ele também tem os sonhos dele...)

_ Não se preocupe com isso...
(dizem as fadas)
_ Quando os dois estiverem prontos
O amor os encontrará!

AMAR A SÍ


AMAR A SÍ
(Victtoria Rossini)

Amai o próximo...
COMO a SÍ MESMO!

Se não amo a mim
Amarei os outros assim

E seguirei capenga
Sedenta de amor
Querendo que “os outros” amem
Quem nem eu mesma consegui amar...
EU!

EU ME AMO!


EU ME AMO!
(Victtoria Rossini)

Eu me amo...
Hoje
Vou me namorar
Vou me olhar no espelho e me elogiar
Vou me levar passear
Vou brincar comigo
Vou me fazer gargalhar
Vou me presentear
Vou me mimar
Vou me aceitar

Ao acordar
Vou me acariciar
Me encher de beijos
Vou reiterar como sou importante
Pra mim
Pras pessoas que me cercam
Pro mundo

Vou me dar os melhores presentes:
Só vou apontar meus pontos positivos
E fazer com que só eles brilhem...
Os negativos já nem existem mais
Já apaguei.

Vou me dar motivos
Para a cada noite
Eu ir dormir dizendo:
Parabéns!
Aprovada!
Você fez a coisa certa querida!

Vou me cuidar
Só lembrar das coisas boas
Dos acidentes de percurso
Só guardarei as lições
Jamais as dores

A partir de hoje
Só vivo pra me fazer feliz
Concretizar os meus sonhos
E me amar

Isso inclui todos os que me cercam
Pois criarei na minha vida
Um oásis de amor
Uma fonte de harmonia
Um EU que espalha a paz

Eu me amo!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

NASCI


NASCI
(Victtoria Rossini)

Na hora que o mundo me pariu
Até os pássaros pararam de cantar
Tudo silenciou
Apenas um vento frio
Foi o que se sentiu
Por todo lugar

A força que foi abortada
Pelo compartimento fechado
Pela fechadura do tempo
Explodiu
E fui arremessada

Me sacudi
Olhei em volta...
Olhei meu corpo...
Me toquei...
Nasci!

E agora?
Que faço eu?...
Com tudo que sei
Com tudo que sou
Com tudo que sinto
Nesse mundo estranho
Hostil
Duro
Frio
Que nunca desejei??

domingo, 15 de fevereiro de 2009

CRIANÇAS SOPRAM VIDRO


CRIANÇAS SOPRAM VIDRO
(Victtoria Rossini)

Minhas crianças sopram vidro
Cortando o céu da boca
Com todo poder que lhes dei

Usam a palavra
A magia consagrada
Pra criar bolhas de ilusão

Com elas ferem os outros
E cortam até seus pés
Brincando de criar mundos

Sem saber o que estão fazendo
suas próprias dores vão criando

E vão se olhando nesse espelho quebrado
Cercados por todo lado
Pelo sopro da sua propria criação

ENTREGUE


ENTREGUE
(Victtoria Rossini)

Me solto
Entregue as tuas mãos

Não quero ir só
Preciso do teu corpo
Para me segurar

Porque agora
Não sei quem sou eu
Nem onde termina você

Se somos um
Ou somos nada

Apenas gemidos
Escapam no silêncio

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

COMO NASCE UM POETA


COMO NASCE UM POETA
(Victtoria Rossini)

Os poetas nascem no inferno
São forjados no fogo da dor
Nas fornalhas das paixões
Brotam do ventre da terra das ilusões

Nascem de boca aberta
Carentes
Repetentes na matéria amor
Cheios de desejos suspeitos
Guardados num peito
Que sangra de tanto ardor

Vivem com os pés na terra
E a mente no céu
Porque sem provar o paraíso
Nem que seja dentro de sua mente
Não se pode descrever
Os caminhos dos sentimentos
Não se pode descrever
A linha tênue que liga o amor a dor
Nem os dois lados da vida e da morte
E nesse intervalo
As peripécias da sorte

Quem não tem coragem
De se jogar no abismo do amor
Nem de voar do vale do desespero
Em direção a luz
Ao sonho
Não pode ser chamado de poeta

Poetas são os heróis do sentir
Descrever
E ainda sobreviver aos seus próprios sentimentos

REVOLUTION


REVOLUTION
(Victtoria Rossini)

Liberte-se da forma
E veja o princípio da não-forma
Em tudo o que existe

Molde o seu mundo

Você SEMPRE fez isso mesmo
Só que não sabia

Reveja seus conceitos
Refaça tuas rotas

Com os mesmos ingredientes de sempre
Na mesma medida
Você sempre fará a mesma receita...
Por mais que você sempre
Os tenha usado por tê-los achado os certos
Acredite: Podem não ser!

Faça uma revolução
Dentro de você mesmo

Se usar os mesmos caminhos de ontem
Você sempre chegará onde está hoje

O INOMINÁVEL


O INOMINÁVEL
(Victtoria Rossini)

O inominável
Se manifesta em tudo
E age

A “tua” visão
Determina a forma
Com que ele se apresenta
“Para ti”

Se o queres “personalizar”
Dar-lhe um nome
Dar-lhe uma aparência

Você o limita
“Para ti”

Mas não sua ação ilimitada

O campo de todas as possibilidades
É absolutamente livre
De todas as concepções
Que os seres podem ter dele

“Tuas” percepções
Criam o “teu” deus

Você só pode perceber da força inominável
Aquilo que tua força
Teus conceitos
E tua consciência consegue distinguir e abarcar

Como você crê...
Assim "é"
Assim “são”
Teus “eu”
Teus “meus”
Teu "deus" *

Teu reconhecimento
Cria a conexão
A comunicação
O canal
Com o infinito ativo

Que É tudo que há

Quem tiver olhos para ver veja


*(E quando uso letras minúsculas falo do manifestado...Seja em que mundo for.)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

EU LÍRICO? :))))))


EU LÍRICO? :))))))
(Victtoria Rossini)

Hoje alguém me disse
Que “meu eu lírico era uma antítese”...
Rsrsrs
Fala sério!

Não tenho “eu lírico”
Nem lúdico
Nem promíscuo
Nem santo
Nem profícuo

Tenho uma alma atormentada
Atolada nas minhas dúvidas
No meio de um tiroteio
Entre minha mente lógica
Meu eu que sente
E um corpo que às vezes mente
Para iludir a mim mesma
Para poder manter minha sanidade
Passear pela cidade
Como se normal eu fosse (afinal o que é ser normal?)

Ninguém vê a guerra que impera
Entre o meu sentir e o meu querer
Entre o que eu sei e o que eu posso contar...
A dor da inadequação
A minha solidão
Enquanto vago por esse campo
Cheio de corpos caídos
Desejos adormecidos
Por falta de ter aonde ir

Então os conservo aqui
Às vezes abro as janelas
Ouço as historias das eras
Que estão gravadas em mim...
Escrevo... E saia o que sair

Eu lírico?...rsrsrs

IMAGENS QUE O MUNDO MOSTRA


IMAGENS QUE O MUNDO MOSTRA
(Vittoria Rossini)

Que houve com teus olhos
Saltaram de órbitas por algo que você viu?
Nãooo...
Não me conte!
Pode ser que a mesma imagem
Que fez essa sacanagem
Sugue meu cérebro
Me deixe zumbi
A vagar por ai
Sem neurônios
Sem estômago
Pra descrever tudo que vi...


Esse mundo
Tem imagens tão fortes
Que só com muita sorte
Se consegue sobreviver
Com a mente intacta
Os olhos abertos
E o coração puro

MORRER DE AMOR


MORRER DE AMOR
(Victtoria Rossini)

Vou morrer hoje
Amanha não serei mais eu
Se me vir amanhã te rondando
É minha sombra que tomou conta
E vaga no nosso jardim

Faça um altar
Eu mereci
Morri de tanto amar

AMAR...AMAR...AMAR...


AMAR...AMAR...AMAR...
(Victtoria Rossini)

Amar... Amar..Amar...
Amar tanto
De chegar ao ponto
De amar a dor
De amar

Amar até se buscar
O choro preso
Pela incapacidade de amar
Porque só o amar já é um ganho

No auge da paixão
Amar...Amar...Amar...
Mergulhados na solidão
Amar..Amar...Amar...

Esperar... Esperar...Esperar...
E amar...
Amar não se sabe quem
Amar quem nem se sabe se vem
Amar quem nunca veio
Amar quem nem ficou de vir
Porque não sabe que é esperado


Amar a idéia de amar...
Amar a falta
Amar a fartura
Amar a procura
De amor

Amar...Amar...Amar...
Amar e sonhar
Com o amor que nunca sentiu
Com o ser que nunca se viu
Com o beijo que nunca se repartiu
Com um amor que nunca existiu

Mesmo assim
Amar...amar...amar..

Essa é nossa ânsia
Nossa procura
Nossa perdição
E nossa salvação
Amar..Amar...Amar...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

MULHER SEREIA


MULHER SEREIA
(Victtoria rossini)

Adoro te tirar do sério
Desvendar os teus mistérios
Deixando-te totalmente nu

Provocar tua libido
Viajar nos teus sentidos
Sem ter noção do perigo

Gosto de te fazer perder o controle
Irracional sujeito a fome
Seguindo só o instinto de se alimentar

Te fazer rir quando não devia
Te fazer gozar quando não queria
E me querer mesmo sem querer

Não sei se é meu lado sereia
Ariadne em sua teia
Ou simplesmente...Porque sou mulher!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

MULHER DELICADA


MULHER DELICADA
(Victtoria Rossini)

Se pareço flor delicada
Não se engane meu amor!
Sou flor selvagem
Que nasce na grama
Curtida pelos temporais
Posso até sumir no fogo
Desaparecer na neve
Mas sempre ressurjo em esplendor

Posso ser flor rala
Mas que não se cala
Diante da dor
E não se omite frente às injustiças...
Porque não entendo de morte
Entendo de vida
E vida bravia
Que não se curva à sorte

Se mil vezes me amassarem
Mil e uma vezes levanto
Cantando o mesmo canto
De vitória e superação

O DESTINO BATE A PORTA


O DESTINO BATE À PORTA
(Victtoria Rossini)

Toc Toc Toc
O destino bate à porta...

Quando o destino fala
Você cala
E corre
Mas não há onde se esconder

Você se enfia embaixo da cama
Tapa a cabeça
Fecha os olhos
Mas sabe que ele pode te ver

Ele te persegue...
Você pode mudar de cidade
Trocar a idade
Mudar o nome
Mas ele está lá

Por mais que você mude de casa
O acaso te enlaça
E lá esta você a sofrer
Da mesma sorte
Do mesmo mal
Os mesmo sinais
A mesma praga

_ Mas como que uns tem tanta sorte?
_ Porque só comigo acontece isso?
E você se descabela
E se põe a rezar

Desista!

Quando o destino bate a porta
O melhor é acompanhar
Cortar os brotos e raízes plantadas
E sair ao mundo
Com sementes novas
Para espalhar

Toc toc toc
Quando ele chamar
Pare
Atenda
Encare

Olhe bem nos seus olhos
E pergunte:
_ Quem é você?

E você descobrirá:
Ele é apenas quem você mesmo foi.
É você...
Correndo atrás de você!

Pare
Aceite
Mude
Se você mudar agora
Nesse instante
Teu destino também mudará

Porque o destino sempre..
Sempre...
É você...Correndo atrás de você!
E um dia
Você fatalmente se encontrará...
É a hora da colheita
Boa ou má

SENTIMENTO SILENCIADO


SENTIMENTO SILENCIADO
(Victtoria Rossini)

Sempre te amei
A cada dia
Como se não houvesse amanhã
Porque sempre soube
Que pra nós
O amanhã nunca chegaria

Só não posso dizer:
_ Me despeço em paz!
Porque em paz
Meu coração não esta
Ainda está recheado
De sonhos mortos
De palavras não ditas
Sentimentos tortos
Amor abafado
Mas que ficará calado
Silenciado
Aqui dentro de mim

sábado, 7 de fevereiro de 2009

VOCÊ X VOCÊ MESMO


VOCÊ X VOCÊ MESMO
(Victtoria Rossini)

Tem gente que pensa que esta viva
E já morreu

Tem gente que se sente um morto
E tem um corpo que ainda anda

Suicidou-se sem saber
Matou os sonhos de medo
Paralisou a energia cedo
Por não ter coragem de andar
De por a vida pra fora
Atravessar uma simples porta
E se colocar no seu lugar

Perdeu por medo de tentar
Foi desclassificado por desistência
Esta fadado a repetência
Até resolver lutar...

Jamais acostume-se a derrota!
Para ser vencedor
Treine como um gladiador
Como se fosse tua ultima chance de viver
Se jogue na vida como um kamikase
A cada dia uma luta
Para vencer a si mesmo
Porque cada batalha diária
É por uma vida...
A sua!

SU BOCA ES MI BOCA


Concebido em portunhol :))

SU BOCA ES MI BOCA
(Victtoria Rossini)

Su boca
Es mi boca
Su cuerpo
Es mi camino
El tunel de la perdicion
En que vícios
E sevicias
Satisfacen los deseos
Secretos de mi corazón
En una orgía de los sentidos
Que siempre me tumba al suelo

Me agarro a sus pelos
Bebo agua em su piel
Para no morir
Para no perder-me
Com sed
Hanbrienta
En El desierto
Que soy yo
Sin usted


Traduzindo...

SUA BOCA É MINHA BOCA
(Victtoria Rossini)

Sua boca
É minha boca
Teu corpo
É meu caminho
O túnel da perdição
Em que vícios
E sevícias
Satisfazem os desejos
Secretos de meu coração
Numa orgia dos sentidos
Que sempre
Me tomba ao chão

E me agarro aos seus cabelos
Bebo água de sua pele
Para não morrer
Para não me perder
Sedenta
Faminta
Nesse deserto
Que sou eu
Sem você

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

PALAVRAS VAZIAS


PALAVRAS VAZIAS
(Victoria Rossini)

Eu sei o quanto as palavras podem vir vazias
Porque reconheço sua essência
Mais do que a sua forma,
E olha que as interpreto bem...

Então não me venha com palavras lindas
De frases feitas
Com linguagens grotescas
Perfeitamente arrumadas
Como se fosse um mural.

Prefiro os erros de grafia
Suporto gírias e expressões frias
Quando sei que são vivas
Sem gessos, sem atrofias.

Prefiro frases berradas
Cheias de sentimentos
A vozes educadas,
Me falando em tom de lamento
Coisas falsas despudoradas
Me tirando pra jumento.

Se não tiver nada a dizer:
-Cale-se!!
É melhor pra mim
Melhor pra você,
Porque as vezes um ato silencioso
Vale mais que mil palavras
E um ato
Pode apagar todas as palavras
Ditas em uma vida.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A DANÇA DAS MUSAS


A DANÇA DAS MUSAS
(Victtoria Rossini)



Elas estão loucas!
As musas estão soltas
Me atormentando com os seus raios

Ouço vozes desvairadas
As musas pobres coitadas
Cantam até canções de ninar

E eu como sou insone
Ouço flautas e tambores
Ressoando pelo ar

Vejo as sensíveis borboletas
Dançando ao som das trombetas
E já estão quase a desmaiar

Até as fagulhas de fogo
Se agitam fazendo jogo
No sopro delas a cantar

E quando respiram fundo
Fazem com que o mundo
Se encolha no seu pulsar

Até mesmo quando dormem
Há sonhos que se transformam
Em magia a tilintar

São luzes coloridas
Trazendo energia à vida
Nos fazendo sorrir mais

E nos tornamos crianças
Admirando a dança
Das musas da criação

DESESPERANÇA



DESESPERANÇA
(Victtoria Rossini)

Minhas lágrimas
Já cobrem meus pés
E meu coração já se encolheu de dor
Pra se esconder da solidão

Apenas a neblina
Do pântano do desespero
Me abraça e me acolhe
Seu cheiro fétido é tudo que me rodeia

Sinto o hálito da morte
E recebê-la é tudo que me conforma

È dia?
Então porque não vejo nada?
Se há futuro...
Onde esta?

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

AMO-TE TANTO!


AMO-TE TANTO!
(Victtoria Rossini)

Amo-te tanto
Que queria eu
Ter te gerado em meu ventre
E depois de toda colheita
De carinhos, abraços, risos e beijos
Ainda queria
Te guardar pra semente

Queria ter te parido
Queria ter amanhecido
Ao teu lado quando choravas
Dos teus medos no escuro
Queria dar-te de beber em meu peito
Para que minha força
Para sempre fosse teu escudo

Mas recebo o presente agora...
Não foi esse nosso tempo
Nem isso o que nos une

Então te aceito em meu leito
Te absorvo com meu corpo
Te nutro, te fortaleço
Te embalo
Te acaricio
E te protejo da dor
Faça do meu corpo teu ninho
Meu homem
Meu amor

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

PALAVRAS QUE CRIAM


PALAVRAS QUE CRIAM
(Victtoria Rossini)

Tenho uma palavra
Que se chama DESEJO
Entalada na garganta
Ela é nada
É vaga
E às vezes vira pranto

Por isso amiúde
Uso ESPERANÇA
Que é morna
Inativa
Criança

Troquei ela por FÉ
Que é acreditar no que quer
Mesmo que não se possa ver
Ela me motiva
E me faz antever
E esperar para comprovar

Mas descobri que posso querer mais...
Agora só uso CERTEZA
E com ela junto a AÇÃO
Porque com a força do braço
Unida a motivAÇÃO do coração
Para mim não existe impossível
Mais ou menos
Ou pode ser

A CERTEZA é minha espada
A AÇÃO é minha mão
Subo na minha montanha (mente)
E só indico a direção

O mar se abre
Os átomos paralisados andam
A chuva cai
A vida se manifesta
E os milagres acontecem

DÊ-ME TUA MÃO


DÊ-ME TUA MÃO
(Victtoria Rossini)

Dê-me tua mão!
Vamos andar...

Mas pelo menos um de nós
Terá que mudar o trajeto.
Agora...Quem de nós
Largará a velha trilha?

Faremos uma nova?
Nem tua
Nem minha?
Como será o “nosso” caminho?
Com espinhos?
Surpreendente?
Sonhado?
Apenas suportado?
Melhor do que esperamos?

Não sei...
Escolhas...É tudo o que temos...
...Mas dê-me tua mão
Vamos caminhar...