terça-feira, 29 de dezembro de 2009

AS PALAVRAS E O OBSERVADOR


AS PALAVRAS E O OBSERVADOR
(Victtoria Rossini)

Raízes de palavras
Trazidas por cheiros
Lembranças e sonhos
Bóiam em meu lago

Submergem
Emergem
Voam
Paralisam...
E minha mente pensante
Conectada as palavras
Liga meu corpo
Acende meus sentidos
E me faz prisioneira...

Palavras perdidas
Lembranças já mortas
Revivem em mim

E assim vivo...
Ao sabor das correntes
Bebendo em vertentes
Contaminadas por medos
Palavras mal ditas
Idéias de pecado
Presentes mal dados
Armazenados em porões
Que grudam em recordações
Se enroscam em meus pés
Se confundem comigo
A ponto de eu achar
Que elas, sou eu...
(È assim que as idéias erradas
Arrastam o mundo)

Mas olho pra elas
E as observo plácida-mente:
Elas são elas
(Apenas um bando de palavras
Perdidas no tempo
Querendo invadir minha mente)

Eu sou...Tudo o que é.

QUERO MUDANÇAS... NÃO RECOMEÇOS...



QUERO MUDANÇAS... NÃO RECOMEÇOS...
(Victtoria Rossini)

O ano acabou?
E daí?
Outro começa?
E daí?...

Todos os dias são novos fins e novos recomeços
E você nem percebe...
Continua cego
Olhando o calendário na parede
De costas pro mundo
Cumprindo contratos
Lavando os pratos
Escrevendo relatórios
Esperando as férias
Que nunca chegarão

Vais viver quando?
Quando se formar?
Quando os filhos crescerem?
Quando se divorciar?
Quando se aposentar?
Quando morrer?

Que importa mais um dia?
Mais um ano?
Se tantos já passaram
E você ainda nem começou a viver?

Por favor...
Não recomece mais um ano
Como todos que já passaram
Recomeço implica em volta a um ponto
Para reiniciar um processo.

Eu peço da vida mais!...
Uma mudança de rota
Uma reviravolta
Uma transformação.
E que ela ocorra todos os dias
Em todos os setores da minha mente e da minha vida
E não apenas no ano novo e na folhinha do calendário

Quero que eu, você e o mundo
Vivamos uma vida
Que valha apena ser vivida!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

CANTANDO A BEIRA DO CAMINHO




CANTANDO A BEIRA DO CAMINHO
(Victtoria Rossini)

Enquanto canto
Em todo canto
Abafo o pranto

Desfio pétalas
Que secam lágrimas
Pela simples razão de existir

Faço a minha orquestra
Viver em festa
Em vez de oprimir

E canto...
Enquanto encanto
Os seres que passam por aqui

domingo, 27 de dezembro de 2009

BORBOLETA ANDARILHA

BORBOLETA ANDARILHA
(Victtoria Rossini)

Asas resistentes a temporais
Antenas treinadas com radar
Pele curtida pelos granizos e galhos
Que insistem em me parar...

Borboleta andarilha
Sem trilha
Sem mapa
Sem destino...

Sempre indo,
Sempre chegando
Sempre buscando
Sempre se despedindo...

Não me lembro dos lugares que passei
Porque não me interessa voltar.
As flores que queria já beijei...
Toda hora, é hora de viajar.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

UM MAPA PRA QUEM NÃO SABE ANDAR SÓ


UM MAPA PRA QUEM NÃO SABE ANDAR SÓ
(Victtoria Rossini)

Te faço um mapa
Com risos e traços
Lembranças e afetos
delineando o caminho

Ve se te acha...
verei se me acho...


No final um tesouro:
seres completos

O ANJO DA ASA QUEBRADA OU QUANDO AS PESSOAS PERDEM A FÉ NOS OUTROS


O ANJO DA ASA QUEBRADA OU
QUANDO AS PESSOAS PERDEM A FÉ NOS OUTROS
(Victtoria Rossini)

Caiu no meu jardim...

Lindas penas
Olhos que falam
Coração puro
E uma asa quebrada!

Gemia pelas dores do mundo
Soluçava e murmurava
Decepcionado com tudo.

_ “Não pode ser assim!
Os homens pareciam tão belos!
Agora que cresci,
Já nem sei se os quero...
Como são maus
Se comportam como animais
Não se importam com ninguém
Só querem levar vantagem
Não importa em cima de quem...”

Consolo o meigo anjo
Minha esperança
E a de muita gente, esta nele.

_ “Sorria e mostre a tua luz
Que toda escuridão desaparece.
Não acredite em tudo que teus olhos vêem
Os homens ainda são crianças
Não desista deles...
Com o tempo, ainda acharão seu caminho!”

Ele me olha desanimado
Segura asinha cansado
E adormece no meu jardim.

domingo, 20 de dezembro de 2009

MARIA E SUA CRIA


MARIA E SUA CRIA
(Victtoria Rossini)

Naquele dia
Era como todo dia
Mais um dia...

Não para Maria!
Que como a maioria das Marias
Mais uma vez paria

E como todas as fêmeas
Maria amava sua cria
Mais do que devia
(como se houvesse limites
Para o amor de mãe...)

Mas Maria
Não tinha casa
Não tinha trabalho
Não tinha comida
Não tinha família
Não tinha marido...

Maria não tinha  nada
Maria só tinha sua cria

E era por ela que chorava
Por ela que sonhava
Por ela que vivia

E por amar demais
Quis ludibriar o destino
Do ser que trazia em seu ventre
_ “Vou te dar mais do que eu tive!”

Pariu sozinha no chão do barraco.
Com as mãos ainda sujas de sangue
Envolveu o garoto em trapos
Abençoou-o e se despediu de sua vida

Chovia lagrimas pela rua a fora
Enquanto Maria procurava onde deixar sua cria

Viu uma casa grande,
Silenciosa,
Onde um casal descansava na varanda...
Maria se aproximou
E deixou ali sua vida

Naquele dia
Naquela hora
Maria morreu

Voltou só um corpo vazio...
A alma e o sonho
Hoje brincam na grande varanda
Que escondida Maria espia

SOU ENERGIA QUE ACENDE (tanka)


SOU ENERGIA QUE ACENDE
(Victtoria Rossini)

Eu sou o fogo!
Não a vela que apaga.
Apago aqui...

Mas acendo ali
Fogueiras...Tochas...Raio*


                                                         Coleção Tankas

A APARÊNCIA DAS COISAS (Tanka)



A APARÊNCIA DAS COISAS
(Victtoria Rossini)

Não me abato
A chuva vem...O sol vai...
...Só eles passam.

Todos pensam que mudo
Mas EU sou imutável

Coleção Tankas

NATAL SEM POUSO (tanka*)

NATAL SEM POUSO
(Victtoria Rossi)

Renas perplexas
Circundam o planeta...
_Cadê o pasto?

Nem uma manjedoura
Nem um verde p'ra pousar


*Tanka: (Estilo de poesia japonesa. Literalmente tanka significa "poema curto" (tan - curto, breve; e ka - poema ou múscia) e é formada por 31 sílabas (versos de 5 - 7 - 5 - 7 - 7 sílabas respectivamente).

sábado, 19 de dezembro de 2009

POSSO TE NEGAR...




POSSO TE NEGAR...
(Victtoria Rossini)

Meu amor
Posso te negar tudo!

Posso te negar
Uma vida em comum.
Posso te negar meu corpo.
Posso te negar minha presença.
Posso te negar minhas palavras.
Posso te negar um futuro como marido e mulher...

Mas nunca poderei negar
Nem pra mim
Nem pra ti
Nem para o mundo
O quanto eu te amo!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O AMOR NÃO VIVE DE “EU TE AMO!”



O AMOR NÃO VIVE DE “EU TE AMO!”
(Victtoria Rossini)

Cheguei a conclusão
Que “eu te amo”
É a frase mais idiota do mundo...
A mais mal usada
A mais fingida
E a mais mal interpretada.

As pessoas se escondem atrás dela
Para não precisarem mostrar o amor em atos.
_ Olha eu não faço nada que você espera que eu faça,
Mas eu te amo!
_ Sei que não sou a pessoa ideal
Nem faço nada pra provar
Mas eu te amo...
rsrsr

Como se dizer “eu te amo”
Fosse a solução dos problemas de relacionamento.
Como se dizer “eu te amo”
Resolvesse tudo no mundo.

Amar sem atos
Amar sem fazer a pessoa se sentir amada
Amor sem atitude
Amor da boca pra fora
Amor sem movimentos em prol do ser amado
Não é amor!

O verdadeiro amor
Não vive da frase: “eu te amo”

O verdadeiro amor
Ama mesmo sendo tripudiado
E resiste mesmo sendo impossível.

O verdadeiro amor
Na sua grandiosidade
Se mostra em atos
Mesmo sendo escondido.

O verdadeiro amor
Protege até a morte
Mesmo parecendo frágil.

O verdadeiro amor ajuda
E enriquece quem ama e quem é amado
Mesmo que pareça nada ter para doar.

O verdadeiro amor vive eternamente
Mesmo que não tenha nada
Que garanta sua sobrevivência.

O verdadeiro amor cresce
E alimenta a alma de quem ama
Mesmo que nunca seja ouvido um: “Eu te amo!”

Eu te amo
É uma palavra muito pequena
Para a enormidade da força e do poder do amor
Que não distingue “eu” nem “tu”.

VOCÊ AMA É VOCÊ MESMO



VOCÊ AMA É VOCÊ MESMO
(Victtoria Rossini)

Sei que você não me ama!
(Porque você não sabe amar)
Você ama ser amado.

Você ama em mim
A dedicação...A você.
Você ama ser o centro do meu mundo.
Você ama ser admirado
Você ama ser ajudado
Você ama ser cuidado.


No fundo... La beeeem no fundo
Você ama é a você mesmo.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

SIGA TEU PRÓPRIO RUMO



SIGA TEU PRÓPRIO RUMO
(Victtoria Rossini)

Pare com essa mania de seguir meus passos!
Se nem eu me acho
Porque deveria te guiar?

Siga o mapa que tens na alma
Mantenha as emoções calmas
Que teu EU te dirigirá

Tomaras diversos rumos
Beberás mel, fel e sumos
Mas acredite...Sobreviverás!

ENGANOS E ACERTOS



ENGANOS E ACERTOS
(Victtoria Rossini)

Tantos enganos
Tantos sonhos
Tantos planos
Nesse ano

Quando finalmente acordamos
No décimo segundo andar do ano...
A queda

Caímos da cama...
E nos agarramos aos lençóis
Nos empurramos pra cima
Nos içamos com nossos acertos passados
Com nossa fé na vida.

Fazemos festa pra levantar os ânimos:
Vamos comemorar as vitórias
Que as derrotas sejam esquecidas!...

_Afinal é só fim de UM ano_
O que é UM ano pra quem tem uma vida pela frente?
E de novo fizemos planejamentos que não cumprimos
Metas que não alcançamos
Promessas que nem nós acreditamos
Mas la vamos nós!

Mas uma vez!
Afinal...Somos feitos mais de esperanças
Do que de certezas!

Fè na vida e pé na tábua
;))
Que venha 2010

domingo, 13 de dezembro de 2009

A DIFERENÇA ENTRE QUANTO VALE E O QUANTO CUSTA




A DIFERENÇA ENTRE QUANTO VALE E O QUANTO CUSTA
(Victtoria Rossini)

As crianças hoje
São as grandes vítimas do consumismo.
E se você não as preencher de valores
A mídia vai enchê-las de coisas

Se não tomarmos consciência
Poderemos ter uma geração
Onde tudo é descartável.
Até você mesmo!

Eduque seu filho para a vida!
Não para o consumo.
Não para ele encher o bolsos
Dos inescrupulosos
Que todos os dias criam novos produtos
Pra empurrar pras nossas crianças.

Não de ao seu filho objetos
No lugar de afetos,
Viagens a lugares famosos
Ao invés da convivência com quem o ama.
Porque a infância passa
Mas os valores aprendidos ficam.

E quando ele crescer
E você envelhecer
Se ele não souber a diferença;
Entre quanto vale
E o quanto custa;
Não entender qual é valor verdadeiro das coisas,
Ele poderá te dar um lindo asilo de presente
Para você descansar.

SIMBIOSE



SIMBIOSE
(Victtoria Rossini)

Entro na tua pele
Pelos teus olhos
No teu coração
Transpasso tuas veias
E me instalo no teu cérebro.
E para isso não há trepanação.

Porque minha vida se misturou a tua
Quando eu morrer em você
Tu morres também

Porque é meu amor que te sustenta
Minhas palavras de amor que te guiam
Minha energia é sempre a tua procura

Quando me tirares de ti
É porque já não és

SEI QUE NÃO ME RECONHECES COMO A MULHER DE ONTEM




SEI QUE NÃO ME RECONHECES COMO A MULHER DE ONTEM
(Victtoria Rossini)


Não me olhe com esses olhos dóceis
Nem me trate como rainha!

Me sinto uma intrusa no ninho
Um rato, querendo ser passarinho.

Não quero te enganar
Mas pra ser sincera
Sei que não me reconheces como a mulher de ontem
Como sei que no futuro
Também não me reconhecerás...

E nem depois de amanhã
E nem depois
E nem nunca!

E todos os dia acordarás com uma estranha
Que nunca saberás quem é...

Sinto muito!
Mas nem eu sei quem eu sou!

Até tento descobrir.
Me olho no espelho
Me toco
Fecho os olhos e olhos pra dentro...
Abro os olhos
E olho pra fora
E olho pra dentro...
Mas nada...

Apenas um silêncio expectante,
Num rosto estranho e mutante
Me observa todos os dias
E me pergunta: QUEM ÈS???
E todos os dias
Miro uma pupila
Que acredito ser minha
Mas que me responde coisa nenhuma.

sábado, 12 de dezembro de 2009

CORPO- PALAVRAS



CORPO- PALAVRAS
(Victtoria Rossini)


Simplesmente e naturalmente eu...
Seja na primeira vida,
Seja na segunda vida ou no virtual;
A palavra é meu corpo e meu alimento.


Entrego meu corpo-palavra ao mundo
Uma oferenda:
Um mundo de idéias
Uma mesa que compartilho com todos
Seja com aves do céu
Com os homens
Com a natureza
Sem medo de sobrar aos porcos
E nem que algumas soltas ao vento
Se percam por aí...

Sou corpo estraçalhado em letras
soltas ao relento

LUTANDO CONTRA AS MIRAGENS


LUTANDO CONTRA AS MIRAGENS
(Victtoria Rossini)


Tenho mais coragem que juízo.
Os moinhos que eu persigo
São miragens num deserto
Que poucos os vêem
Poucos os reconhecem,
Poucos vagueiam por aqui...

Mas ando por aí
Com minha lança em punho
Sangrando as ilusões
Arrancando as cabeças da ignorância
Gritando a altos brados
Num cais apinhado de gente
Pedindo por socorro
Querendo fugir
Querendo ir nem sabem pra onde
Querendo saltar nem sabem por quê
Sem ter como viajar:
_ Vão!
_ Saltem!
_Tenham coragem. Vocês vão sobreviver!

Berro perguntas que são renegadas:
Querem um barco?
Querem uma religião?
Querem um deus para adorar?
Querem santos para ajudá-los?
Querem espíritos para trabalhar pra vocês?
Mas e vocês? São o que?Onde está a vossa força?

E corro para uma cidade
E corro pra outra dimensão
E também lá vejo cegueira
Vejo o medo nos olhos
Também vejo a dor da separação

Sento no deserto e choro...

Luto sozinha?
Porque não ouço outras vozes?

Mas paro
Fico em silencio
E aos poucos
Ao longe
Vejo mais guerreiros se aproximarem...

Seus corpos têm outra textura
Suas aparências podem ser diferentes
Mas a batalha é a mesma:
A busca pela verdade.

sábado, 5 de dezembro de 2009

TODO MEU CORPO É SENSAÇÃO



TODO MEU CORPO É SENSAÇÃO

(Victtoria Rossini)


Fui expulsa da sala da sanidade...
Habito o lado da cidade
Destinada aos desatinos


Não é destino
Não é escolha
Não é imposição


Não quero juízo
Não quero castigo
Não quero perdão


Meu corpo pede clemência
Meus sentidos satisfação


Perdi a pele
Todo meu corpo é sensação

TORTURAS DE AMOR








TORTURAS DE AMOR
(Victtoria Rossini)


Vou te matar!
Grudado na minha boca
Afogado na minha saliva
Segurando teu corpo
Até te ver desfalecer


Quero te olhar
Agarrado em meus cílios
Na enxurrada das minhas lágrimas
Quando a saudade vier me perturbar


Quero te perfurar
Com a ponta da minha língua
Te tatuando com meus dentes
Até te ver soluçar


Volte logo!
Quero te ungir
Com as gotas do meu orgasmo
Quando essa noite chegar...

O HOMEM E SUAS CRIAÇÕES



O HOMEM E SUAS CRIAÇÕES
(Victtoria Rossini)

Por egoísmo se colocam no isolamento
E chamam isso solidão

Distorcem a realidade
E chamam isso miséria

Rezam de medo
E chamam isso de fé

Tentam esquecer quem os magoou
E chamam isso perdão

Dão os restos do que lhe sobra
E chamam isso caridade

Se esvaziam de amor, ficam secos
E saem procurando quem os ame

Ao invés de criarem prosperidades para todos
Querem enriquecer tirando dos outros

Não tem paz nem consigo, nem com os outros
E querem viver seguros


Criam um mundo de pensamentos doentios
Até adoecer seu corpo...Depois querem se curar

Os homens; parece que não sabem
Que se alimentam dos frutos
Das suas próprias criações.

TODA CURA É A LIBERTAÇÃO DO MEDO



TODA CURA É A LIBERTAÇÃO DO MEDO
(Victtoria Rossini)

Nosso corpo
É um instrumento de aprendizado para a mente
E os dois ( mente e corpo)
Um instrumento de expressão do espírito

Nossa mente não é nosso Eu
Assim como nosso corpo não é nosso EU
Nosso corpo é apenas uma vestimenta
Para experimentarmos a vida de forma material

As varias curas na nossa vida
Começam a ocorrer quando descobrimos
A ordem correta das coisas

Uma mente quando colocada num eixo de pensar correto
Forma sentimentos saudáveis
Que enviam para o corpo as substâncias certas
Para que a vida se manifeste de forma harmoniosa

Ou seja
O filme que tua mente emitir
Será apresentado na tela Tempo-espaço
Com o personagem tal qual sua natureza perfeita:
Sem distorções

O medo é falta de luz
É incerteza
Quanto a natureza e o fim
Da nossa própria vida

Quando nos libertamos dos medos
E vivermos amor verdadeiro por nós
Pela vida
Pelos seres
Nos preenchemos com certeza absoluta
De que tudo em nós e nos outros é bem
A vida brilhará de forma esplendorosa
Ocorrendo todas as curas.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

BALADA DO MARINHEIRO


BALADA DO MARINHEIRO
(Victtoria Rossini)

Meu navio teima em alcançar
Os meus sonhos soltos
Em alto mar

Sou marinheiro só
Pode acreditar
Solitário preso
Querendo me achar

Passo a noite toda estudando os nós
Que eu mesmo fiz para me amarrar
A realidade fluida sob os meus pés
Quando te procurava sem saber quem és

Sou marinheiro só
Pode acreditar
Solitário preso
Querendo te achar

Passo o dia todo sentado no convés
Analisando as correntes e as marés
Se não vejo estrelas olho pra baixo
Procuro até dentro, pra ver se te acho.

Sou marinheiro só
Pode acreditar
Solitário preso
Querendo me achar



"ouvi" como música

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

ENCONTRE O CAMINHO CORAÇÃO!

ENCONTRE O CAMINHO CORAÇÃO!
(Victtoria Rossini)

Parta coração!

O caminho é longo
Até a alma...
E você tem que achar!
Pra eu poder descansar.

Só lá
Poderei entregar
Meu corpo em paz
Quando a morte me convidar.

Quando eu e minha alma nos encontrarmos
Você coração
Poderá repousar.

APAZIGUANDO A EMOÇÃO


APAZIGUANDO A EMOÇÃO

(Victtoria Rossini)

Te acalma coração!

É no silêncio que minha alma repousa
E lá você não pode entrar

Teus movimentos agitam as águas
E minha mente pode acordar

Enquanto ela repousa
A minha alma pode falar

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

APRENDENDO A JOGAR O JOGO


APRENDENDO A JOGAR O JOGO
(Victtoria Rossini)
.
È difícil sermos nós mesmos
Nos impormos como somos
Mas ao mesmo tempo nos aperfeiçoarmos.
Porque nos afeiçoamos ao que somos
E achamos que isso é o certo.
(Do contrario não seriamos assim)
Ou seja, perdemos o senso de julgamento sobre nós mesmos.


È degradante para um ser humano
Não querer que o meio o lapide
O ensine
O ajude a se adaptar.

Os Dinossauros do ego ainda andam por ai
E urram: Eu sou assim e não mudo!
Esse é o meu jeito!
Quem quiser que me aceite como eu sou!

Não pensam:
_Será que ser assim é realmente o melhor pra mim?
_Será que esse meu jeito de ser
Não esta dificultando minha vida em grupo?
_Não seria mais vantajoso para mim mudar?
Corrigir meu gênio e não ser intransigente?
Aceitar os outros e ser aceita convivendo de forma pacifica com todos?

Porque “ter personalidade”
Não é ser o mais insuportável que eu puder ser
Para provar que posso ser como eu quiser.
Ter personalidade é procurar e querer
Ser sempre o melhor que eu puder ser.
E conseguir...
Porque só quem aprende a jogar o jogo
Pode vencê-lo.

OS ÂNGULOS DA MORENA


OS ÂNGULOS DA MORENA
(Victtoria Rossini)



Sempre os ângulos...
Ah os ângulos dessa morena!

Que me inclinam os vórtices
Me confundem as hipotenusas
Me desviando pela tangente
Nuas espáduas
Cheirando a cigarro, whisky e prazer

Quando resvalo nas suas quinas
E me perco nas esquinas
Quentes dos seus seios
Me pergunto: E o mapa?
Porque quando te vejo
Saio fora do esquadro
E apenas traço
Uma trilha
Até tuas virilhas
A procura da tua cama


Da série: Exercícios em segunda persona

domingo, 29 de novembro de 2009

CORNO NO PSIQUIATRA


CORNO NO PSIQUIATRA
(Victtoria Rossini)

Dado a iztranheza do caso sinhô dotô:
Mió dexa minha muié quéta...

Ela agora deu de achar que é santa.
Tudo dia traiz disabrigadu pra durmi im casa.

Da série: Micro contos

VÍCIOS


VÍCIOS
(Victtoria Rossini)

Gostava tanto de ler
que ficou de olhos abertos
até ler sua certidão de óbito.

Da série: Micro contos

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

ÓCULOS TRINCADOS


ÓCULOS TRINCADOS
(Victtoria Rossini)

Não!!
Eu não quebrei os óculos...
Também não sei exatamente
Em que momento as lentes começaram a trincar

Minhas lindas lentes cor-de-rosa
Com que eu via você
Começaram a apresentar ranhuras

Teu rosto foi mudando
O que antes eu teimava em não ver
Agora é visível demais pra esconder

O que eu achava que eram manias
Hoje vejo que são vícios.
O que eu achava que eram erros casuais
Hoje vejo como defeitos de personalidade.
Coisas irritantes que antes pareciam engraçadas
Hoje são problemas no relacionamento.

Mas mesmo assim os uso
Pra justificar aquilo que eu disse que via em você.
Será que um dia terei coragem de tira-los?

VIVEREI FELIZ ESSE DIA


VIVEREI FELIZ ESSE DIA
(Victtoria Rossini)

Planarei nesse dia
Engolindo as ondas de energia
Que me conduzirão ao amanhã

Abrirei os braços e o coração
Entoando a velha canção:
Viver a vida com alegria
Trazendo flores nas mãos.

SÓ PALAVRAS


SÓ PALAVRAS
(Victtoria Rossini)

Só palavras
Não reconstroem um cristal quebrado

Só palavras
Não curam um coração ferido

Só palavras
Não faz o tempo voltar atrás

Só palavras
Não refazem a confiança perdida

Só palavras
Não apagam uma decepção

Sem ações
No final viram só
Palavras...Palavras...Palavras...

ASAS NEGRAS


ASAS NEGRAS
(Victtoria Rossini)

Na madrugada
No silêncio das minhas asas negras
Calo minhas palavras.

Elas que emudeçam!
Não quero ouvi-las...
Não gosto do que me dizem
Não gosto do seu cheiro
Não gosto da sua aparência

Apenas as suporto
Porque querendo eu ou não
Elas me seguem
Não me deixam dormir
Não me deixam voar
Não me deixam sonhar.
Estão grudadas as minhas costas
Com o peso das verdades que não querem calar...

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

MÁS ESCOLHAS


MÁS ESCOLHAS
(Victtoria Rossini)

A pior solidão
É aquela
Em que estamos acompanhados

A pior prisão
É aquela em que nós mesmos
Seguramos as chaves

A pior dor
É aquela que curtimos
E não queremos nos livrar

terça-feira, 17 de novembro de 2009

INTRUDERS


INTRUDERS
(Victtoria Rossini)
.
Quanto mais te amo
Mais sinto a tua falta...
Fecho os olhos
E sinto você chegando
.
Salivo lembrando teu gosto
Entro em êxtase
Aspirando teu cheiro
Gozo lembrando teu toque
Arrepio só de lembrar a vibração da tua voz
Sinto teus dentes na minha orelha
E tuas mãos passeando por mim
.
Me sinto abduzida pelo teu poder
Pelo poder do amor que nos une.
Que rouba meus sentidos
E me arrasta pra dentro de ti.
.
Vivo dentro de ti
Espiando a forma com que me vês...
Assim olho pra mim
Através dos teus olhos;
E mostro pra ti
O grande homem que vejo
Quando te olho com meus olhos de amor.
Você esta em mim
Assim como eu estou em você.

NO PASSO DO MUNDO

NO PASSO DO MUNDO
(Victtoria Rossini)


Na pressa do mundo
No passo do mundo
Posso perder muito...
Muito mais do que estou disposta a pagar.

Se eu não tiver lucidez
Se eu não tiver paciência
Se eu não tiver sabedoria
Pra julgar
Pra esperar
Pessoas que tem um ritmo menor que o meu
Amores que não se adéquam
Ao canto que o mundo me espremeu...

Mas corro...
Na ânsia de vencer
Na angustia de sobreviver
Na Necessidade de me sobressair

Na pressa por chegar la
Sei que posso perder bem mais
Do que as minhas sandálias pelo caminho...

Mas corro...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

TUDO PASSA


TUDO PASSA
(Victtoria Rossini)

Tudo passa...
O cavalo passou
A carroça passou
Os carros passam
O trem passa
O avião passa
A água passa
O trem espacial passará...

Eu continuo aqui olhando a vida que passa
O tempo que voa
A juventude que escoa
As rugas que se insinuam
As historias que soam

Pareço parada
À beira de uma estrada
Dentro de mim...

Observo
Critico
Me adapto...

Mas vivo?
O que seria realmente VIVER?

Sei...Que Passo!

CAÇADA


CAÇADA
(Victtoria Rossini)

Na madrugada
Calçadas vazias
Noite fria
E o coração a mil...

Onde estão todos?
Hoje não quero ficar só.

Não quero olhar pra mim...

Preciso saber se realmente existo.
Quero sorrir
Ver outros sorrisos
Tocar outros corpos...

Preciso sentir que não estou sozinha
Nessa floresta de concreto e solidão.

QUEM É ELA?


QUEM É ELA?
(Victtoria Rossini)

Quem é essa mulher
Que se esgueira entre as persianas
Apenas para me espiar?

A vejo tentando desvendar
Segredos que desconheço.
A vejo seguindo meus passos
Me caçando no tempo
Correndo a minha frente...

Às vezes me estende tapetes
Às vezes me da rasteira e me derruba ao chão...

Ela não deixa eu sucumbir ao egoísmo
E quando penso que sou a tal
Ela me passa um sermão...

Já me segurou enquanto eu caí
Me fez companhia quando estive só
E já fugiu de mim quando eu quis solidão...

Essa mulher mora comigo
Vai onde eu vou
Não come o que eu como,
Mas nunca me abandona.
Também nem se parece comigo...
Eu me chamo paixão.
Ela se chama razão.

Quantas vezes eu quis ser ela...
conhecê-la melhor
Principalmente, pra saber lidar com meu coração.

sábado, 14 de novembro de 2009

ALEIJUME


ALEIJUME
(Victtoria Rossini)

Sabia que tinha muitas opções a sua frente.
Mas andava oca
Se sentia invisível
Limitada.

Seu coração tava preso lá atrás...
No velho amor
Que ela mesma sabia
Havia destruído seus sonhos
Deixando-a aleijada pra vida.

Sabia que era cega a tudo
Que não fosse a sua própria dor.

Mas estava tão mutilada
Que não se sentia capaz
Nem de usar a razão.
Muito menos mudar a direção
Da sua própria vida.

...E assim envelheceu

Da serie: exercícios em segunda persona

NUDEZ


NUDEZ
(Victtoria Rossini)

Ela sentia-se tão nua
Que inventava fantasias para se cobrir...
...Um dia a realidade incendiou seu armário.


Da série:Micro contos

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

EM NOME DE DEUS


EM NOME DE DEUS
(Victtoria Rossini)

Alguém já tentou impedir ou obrigar
Que pela lei se mova?
Que pela lei se ame?
Pela lei se ouça?

Mas é possível...
Porque as pessoas têm tanta vergonha escondida
Tanta angustia
Tanta culpa
Tanta fome
De coisas que nem se dão conta
Que pensam que uma lei humana
Pode mudar o mundo

Inventam dogmas sem sentido
Seguem costumes apreendidos
Inventam rituais para si mesmo
Para justificar e dar sentido a sua fé
Para preencher sua ignorância
E dizem que é para se encontrar com Deus
(...)

E criando suas doutrinas
Isolam e criam secções
Se afastam da humanidade
Fazendo atrocidades
Em nome de Deus

Odeiam quem não tem a sua crença
Matam quem crê em coisa diferente
E obrigam a acreditar no “Seu Deus”

E dizem: Eu é que estou certo!

E servem o deus da separação
O deus da discórdia
O deus da ilusão

RECOLHER ÂNCORAS


RECOLHER ÂNCORAS
(Victtoria Rossini)

Estou em movimento!
Recolhi a âncora
Que me prendia a ilha dos tormentos

Sim...
Tem tempestades em alto mar
Pode ter piratas querendo roubar minha paz

Seguem junto moluscos-lembranças
Que grudaram em meu casco
E teimam em me acompanhar

Mas prefiro a liberdade
Andar solta no mar da saudade
Do que ser navio abandonado
Apodrecendo no mesmo lugar

Agora...
Posso até parar em outros cais
Reabastecer
Visitar
Conhecer

Mas ficar amarrada
Sem sonhos
Sem movimento
Sem expectativas
Nunca mais!

QUERO PAZ COM MEUS DEFEITOS


QUERO PAZ COM MEUS DEFEITOS
(Victtoria Rossini)

Nesse momento
Tudo o que eu quero
É o silêncio da solidão

Onde eu possa repousar em mim mesma
Sem ser incomodada por medos
Ou me enquadrar a padrões

Ser simplesmente “eu”
Andar nua pela casa
Sem máscaras
Sem performances
Sem produções
Sem as tarjas:
“a inteligente”, “a linda”, “a sexi”, “a elegante”, “a boa”, “a politicamente correta”
Correndo sobre a minha cabeça.

Quero peidar
Chutar o que eu tiver vontade
Jogar gordura na pia
Tomar banho de uma hora
Ir pro sol sem protetor
Comer batata frita
Tomar coca cola
Ficar esparramada na frente da TV
Sem me sentir culpada

Suma todo mundo
Hoje quero ficar SÓ comigo
E em paz com meus defeitos.

sábado, 7 de novembro de 2009

Escravidão



Queria casar com um homem rico...
Assinou o contrato.
Vendeu a alma nunca mais se achou.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

VELHICE


VELHICE
(Victtoria Rossini)

Abri a gaveta
E do fundo dela
Uma velha escabelada
Me olhava assustada

Escondeu de mim o rosto
Tapou a boca desdentada
Mas me olhou curiosa
Quieta... Sem dizer nada

Fechei a gaveta ligeiro
Sentei na cama apavorada
Lembrei do rosto
Lembrei dos traços

“_Esse rosto não me é estranho...”

Olhei a gaveta fechada
Olhei o espelho
Olhei a gaveta fechada
Novamente olhei o espelho...

_Sou eu ali guardada?

Sai correndo do quarto
Não querendo ver mais nada

Será que foi imaginação?

RICARDÃO


RICARDÃO
(Victtoria Rossini)

Ralou tanto na cama dos outros
Que acordou capado.


Da série: Micro contos

HISTÓRIA MATEMÁTICA



HISTÓRIA MATEMÁTICA
(Victtoria Rossini)

Conte a minha história...
Mas diminua os espinhos
Some os sorrisos
Divida os obstáculos
Multiplique as vitórias.
Agora ache o MMC

Isso foi o que espalhei
Em cada elogio que falei
Em cada ato que pratiquei
Em cada abraço que dei
Em cada boca que beijei

Veja o resultado carimbado
No brilho dos olhos
De cada ser por quem passei