sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

SOU MINORIA

SOU MINORIA
(Victtoria Rossini)

A voz não sai da boca
Já que essa voz não é só minha.
Mas nisso não farei silêncio.
Gritarei as palavras dementes
O som dos inocentes
Que não tem tom
Nem voz
Para exprimir-se
Nem para se defender

Sou a minoria
Sempre fui
Não elejo presidente
Meu voto não consente
Com o que vejo por ai
Não concordo com preconceito
Nunca assino no que esta feito
Nem brigo para oprimir

Já que a justiça é cega
Que lhe arranquemos a venda
Ela não vê nada mesmo
Que sejamos nós seus olhos
Que arranquemos os ódios
E a balança de suas mãos
Ela tem dois pesos
E usa duas medidas
Uma em ouro
Outra em pedra
Para punir os pecados
Dos que não lhe podem pagar

Uso os olhos que tudo vêem
E ponho sobre as minhas crianças.
Crianças órfãs de conhecimento
Crianças adultas sem alento
Sem ter para onde correr
Sem ter para quem reclamar.
Porque a Grande Mãe Pátria
Se prostitui a quem dá mais.
Arranquemos suas roupas
Para cobrir a vergonha dos inocentes
Que dormem nas ruas
Que comem papel
E dos que mesmo tendo tudo
Se fingem contentes
Porque já não há mais para onde ir.

E agora? pergunto eu....
Quem me ouvirá?
Porque eu....
...Eu sempre fui minoria!!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

HARMONIA OU CAOS?


HARMONIA OU CAOS?
(Victtoria Rossini)

O espaço se dissolveu
O observador se retirou
Passado-presente-futuro
Tudo se misturou

O mundo fica mudo

A poesia se cala
Porque já não há nada a ser dito
Não há detalhe a ser percebido
Porque embora já tenha havido
Na verdade nunca existiu
E mesmo que tudo possa ser
Importância não há

PENÉLOPE


PENÉLOPE
(Victtoria Rossini)


A noite teço
Minha colcha de sonhos...

Nosso amor é possível.
Estarei sempre em teus braços.
Nada, nada nos separará.
E rolo e me delicio
Em nossa cama de flores

Mas quando o sol nasce
Com sua luz reveladora
Mostra longe
Mostra o tempo
Mostra os montes
Os abismos
Que a noite esquecíamos

E com os olhos marejados
Eu, Penélope
Puxo lentamente
Dolorosamente
Cada fio tecido entre gargalhadas
E urdido entre teus braços
Vou desfiando friamente
Olhando a colcha que me aquecia
Se desfazer em minhas mãos

Assim fico
Descoberta
Tremendo
Com os olhos fixos no nada...

Até a próxima noite
Cheia de encantos
Que fará tecer
Mais uma vez
A mesma colcha...

E mais uma vez
O sol nascerá...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

PRESENTE


PRESENTE
(Victtoria Rosini)

Vivo movimentando a vida
Curtindo vida de criança
Pés descalços
Cabelos ao vento
Riso aberto
Aguardando o próximo presente

Hoje é o dia!
Hoje ele vem...
E ele sempre chega.

O presente

O momento prometido
Que só existe ao ser vivido
Que morre ao ser esperado
Vira ontem se for esquecido
E um eterno amanhã se for postergado

Vivo agora
Vivo aqui
Vivo hoje
Com os dois pés cravados ao chão
Meu hoje
É meu cetro de poder
Ressoando tic tac
A tudo dando destaque

Minha realidade não é a tua
No meu mundo eu sou o dervixe
Fazendo ele girar
No meu centro
Um eterno criar

No amanhã não existe vitória
Na espera não existe porvir
Separo as pétalas da eternidade
Uma a uma
Passado-presente-futuro
Porque só uma posso viver
Em minha percepção limitada
Feita de detalhes percebidos
Bebo o néctar da experiência
Do presente recebido

POSSUÍDA

POSSUÍDA
(Victtoria Rossini)

Estou possuída pela poesia
Hoje ela me acordou e disse:
_Levanta!
_Vamos dançar!!
E se pôs a me impor seu ritmo
E eu alucinada me pus a copiar
O que ela ditava entre os rodopios
De inspiração a me soprar

Ela tomou meus dedos
Se apoderou de minha mente
E eu cansada
Mas toda contente
Junto com ela
Pus-me a recitar
Ria aparvalhada frente a uma frase
Entendia suas curvas
E o seu compasso
Me embriagou

_ “Vamos querida...
_ Repouse um pouco da sua lida!
_ Eu sou humana.. Tenha compaixão!”
Mas ela toda agitada
Me olha nos olhos desconsolada
Ergue as sobrancelhas feitas a lápis
E outro poeta vai procurar...

Se acaso encontra-la
Diga que estarei aqui amanhã
Caso queira retornar.

CALOU-SE A VOZ


CALOU-SE A VOZ
(Victtoria Rossini)

Meu amor calou sua voz!

Já não há mais versos para cantar

O seresteiro saiu pro mar
A uva já virou vinho
A dupla simples
Que habitava o ninho
Quebrou os ovos
E se separou

Nem a saudade dos tempos de outrora
São mais lembrados quando a alma chora
Porque não há mais lágrimas para derramar

E o deserto seco que ficou aqui
Não faz histórias para ninguém rir
Nem movimenta esse meu olhar

Vejo cansada vento e areia a me soterrar
Não tenho mais forças para empurrar
As nuvens negras a me engolir

Já esqueci minha própria historia
Já se passaram os dias de glória
E apenas o meu amor

Jaz aqui.

O FIM DOS AMANTES

O FIM DOS AMANTES
(Victtoria Rossini)

Agora
Os dois se entregam
Ao amor dito “por arte”
Pois são seres separados
Quebrados em duas partes
São duas almas distantes
Secas a se torturar
Esperando dar sossego
Ao que deveriam falar
Mas as vozes já estão mudas
Os corações estão trancados
São dois lados de um muro
A lamentar separados

PERDI

PERDI
(Victtoria Rossini)

Tive que entregar tudo o que eu tinha...
Que mais me valia.
Fiquei perdido!
Então, com a corda no pescoço
Eu não tenho nem mais fé.
Não me interessa mais
O que poderia ser
Eu agora só sinto
A dor do não ter
Vivo a vida desdita
Tenho ela por maldita
Não me deu o que eu mais quis...
Era ela que fazia
O meu sonho renascer

Agora vivo um dia por dia
Esperando anoitecer
Pra ver o dia
Com sua luz ofuscante
De minha retina desaparecer.
Dormindo não poderei ver
Mesmo dentro da minha cabeça
Quem eu sei que não poderei ter.
Tento dormir
Mas não consigo...

Perdi teu corpo
Mas ganhei a tua alma.
Que farei eu com isso?...
È pesadelo?
Ou é feitiço?
Nada disso mais conta
Vivo a vida de faz - de- conta
Sentado em minha cadeira
Vendo o sol mais uma vez aparecer

PESADELO

PESADELO
(Victtoria Rossini)

Tive um pesadelo
Que se perpetuou
Você sumiu
Não mais voltou
E eu fiquei aqui
Dobrando nossos lençóis
Sentindo o cheiro
Do nosso suor

E por dias
Por anos
Estou assim

Minhas mãos já sangraram
Os lençóis se gastaram
O colchão puiu
E você não voltou
Eu também não acordei
Continuo aqui
Preparando nossa cama
A te esperar

domingo, 20 de janeiro de 2008

RETORNO

RETORNO
(Victtoria Rossini)

Nessa madrugada
Te entrego tudo
Meu senhor

Se é que posso te chamar assim...
Nunca tive nada mesmo
Nem um nome para me dizer:
“Este Sempre foi meu nome”
Pois nunca houve nada que me pertencesse para sempre
Acostumei-me a isso.

Nunca tive nem um nome para lhe dar
Nem uma face para te olhar
Por mais que sempre tenha te visto em tudo


Nunca me senti serva
Nem tive alguém que considerasse “Meu amo”
Pois sempre soube que a ninguém pertencia

Sempre te senti vago
Sempre te vi largo
Sempre te percebi vazio

De nomes
De egos
De objetivos
De artifícios
De passado
E de futuro
E me perdi na tua imensidão

Então jamais poderei te achar ponto
Nunca te verei extático
A ponto de te vislumbrar

Agora eu
Caindo no vácuo da minha vida
Sem uma corda sequer a me segurar
Mergulhando... Mergulhando

De olhos vendados

Sem palavras
Vazia
Oca

Sem desejos
Sem mestres
Sem armas
Sem curvas
Sem pontes
Sem nada

Apenas me solto
Num vôo insólito
E me deixo retornar

Não sei pra onde
Não sei como
Não sei para que
Nem sei por quê

Só sei
Que hoje
Aqui
È lugar nenhum
E sigo

Para lugar algum
Sem desejo algum
Sem mestre nenhum

Sem companhia alguma
Sendo apenas ninguém

Retorno

ONDE ESTÁ FLORBELA ESPANCA?


Sou fã de Florbela!
Não ...Na verdade sou viciada em Florbela!
Ao entrar na comunidade Florbela vi uma moça perguntando se alguém tinha seu email...
Imagina...
Não resisti e escrevi:

Adorei a pergunta.
Vou responder:

ONDE ESTÁ FLORBELA ESPANCA
(Victtoria Rossini)


Como acho Florbela Espanca?
Às vezes a encontro aqui:
http://www.revista.agulha.nom.br/flor.html
Às vezes aqui:
http://br.geocities.com/edterranova/florbela.htm
Às vezes a encontro
Repousando em minha velha e surrada biblioteca.
Então conversamos sobre o dia em que nos conhecemos
Ainda a ouço recitar
Seus versos em meu ouvido
O dia em que suas palavras
Entraram em meus olhos
Calaram na minha alma
E não quiseram mais sair
Porque as palavras que ela dizia
Era tudo o que eu lia em mim.

Mas hoje eu a encontrei aqui
Sentada dentro de mim
Digitando dores
Cantando amores
E desfiando um rosário sem fim...
Me tranquei na torre
Do meu castelo de naufraga
Para ficar só
E rasgar minhas mágoas
Mas ouvi alguém chamar ao longe
Onde está Florbela Espanca?

Eu respondo...
Procure ai dentro de ti...
O espírito dela
Vageia solto
Pelas charnecas
E calabouços
De cada alma atormentada
Que busca o amor
Mas encontra a dor
Do ter ou do não ter
Do querer e do não ser querido
De encontrar o que não se buscou
E da busca eterna
Do não entendido
Ela habita os corações desesperados
Os olhos marejados
E ciceroneia nas noites frias
A busca dos desesperados
Atrás do sonho de ser amado!!

( www.victtoriarossini.blogspot.com )

sábado, 19 de janeiro de 2008

ME DEIXEM FALAR DE AMOR

ME DEIXEM FALAR DE AMOR
(Victtoria Rossini)

Molestaram
Minha canção
Mandaram
Eu reescrever uns versos
Muito mais perto
Do amor real
Disseram que ela soava alto
Punha o amor
Num pedestal

Mas como posso ?
Se a minha musica
È o som que sai
A minha voz...

Se amanhã eu ficar rouca
Ou não ser mais
Um rouxinol
Talvez me cale
Não mais assovie
Ou talvez apenas
Passe a falar mal

Mas hoje
Canto bem alto
Dependurada
No ramo mais forte
Da arvore mágica
Do jardim do amor

Se trago
A magia na alma
Como poderia
Cantar a dor?
Se o som

Que me embala
È a voz dele
Aonde eu vou
E ela só
Me acaricia
Falando pra mim
Coisas de amor

Deixem
A minha musica
Colocar á mostra
As flores que trago
No coração
* * *

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

SAMBO CONTIGO

SAMBO CONTIGO
(Victtoria rossini)

Pra desfilar
Nessa avenida
Eu me rasgo

Prefiro o chão
Pra estar perto
De você

Já fui destaque
Fui madrinha
E tamborim

Sorri pra todos
Mas agora
estou aqui

Busco teus olhos
Ala a ala
Cada fantasia

Canto contigo
Nossa escola
Que alegria

Na nossa festa
Não existe
Perdedor

Nessa avenida
Todos chegam
Ao final

Criamos juntos
Harmonia
Enredo e alegoria

Nunca enceramos
As montagens
E avaliação

Sou tua passista
Porta bandeira
Do nosso amor

E passo a passo
Sigo o compasso
Do coração

Olhos nos olhos
Sorriso na cara
Mão na tua mão

A bateria
Já deu a largada...
Vamos amor???

domingo, 13 de janeiro de 2008

BAMBÚ



BAMBÚ
(victtoria Rossini)


Quando você
Se tornar bambu
E aprender a viver naturalmente
O sol sorrirá para ti
E toda a qualquer chuva
Te porão contente

Quando aprender flexibilidade
A ponto de suavemente
Inclinar-se até o chão
Quando soprarem os ventos
Para lhes facilitar a passagem
Não obstruindo sua viagem
Você estará praticando aceitação


Quando amorosamente
Absorver o alimento
Apenas necessário ao teu sustento
Em todas as estações
Sem desejos
Sem repulsas
E fazer a tua parte
Para alimentar as bocas que te cercam
Estejam elas famintas do que for
Você aprendeu a compartilhar

Quando você graciosamente
E sem nenhuma preferência
Agasalhar em teus galhos
Pó, água, sol, aves, plantas, insetos
E ainda assim continuar a crescer
Seguindo teu caminho até o alto
Você estará vivendo em harmonia

Quando você aceitar ser cortado
Até a raiz
Para virar cerca, casa, gaiola, alimento...
Sem nenhuma preferência
Para brotar logo ali
Sem controles, sem planejamentos
Você aprendeu entrega e doação

Quando você souber
Sem sombra de dúvidas
Que viver aqui ou acolá
Ser isso ou ser aquilo
Sentir-se assim ou assado...
Que nem ser homem
Nem ser pássaro
Nem ser rio
Nem ser bambu
È tão importante assim...
Você estará vivendo a sua essência!


BOLHAS DE SABÃO


BOLHAS DE SABÃO
(Victtoria Rossini)


Somos bolhas de sabão
Jogadas ao vento
Sem direção

Um sopro
Uma palavra
Uma intenção
E refaz-se a conexão

O que parece caos
Já se desfaz
Estabelecendo uma inércia
Que parece paz
Mas paz não é

È o fluir
Que se aceito
Sem pré-conceitos
E gratidão
Cessa toda guerra
Apazigua a emoção

Aí então
A harmonia
A sintonia
A sincronia
Se estabelecerão

HIDRA

HIDRA
(Victtoria Rossini)

Nossa mente pensante
Tal qual Hidra ambulante
Cresce e se levanta
Nos toma de arroubo
E nos joga ao chão

Quanto mais tentamos pensar
Organizar as idéias
Cabeças loucas
Tomam o lugar
Das que queremos extirpar
Um pensamento
Vira cem
Que vira mil
Que dá em lugar algum

Quero paralisar Hidra

Cessar os pensamentos
Aquietar os sentimentos
Acalmar os batimentos
Cumprir os deveres
Em total aceitação

Desviar o pescoço inteiro
Para “o outro lado”
Mesmo que o corpo
Permaneça aqui...

* * *

OLHO CEGO



OLHO CEGO
(Victtoria Rossini)

Olho cego
Num ponto fixo
Trava a pupila
E já não deixa ver

Porque tento
Desesperada-mente
Apenas olhar
Para o lugar
Que me incomoda
E hipnotizada
Travo a roda

Esse olho cego
Fixa meu umbigo
Eu já não consigo
Mais nada perceber

Tenho que tentar
Destravar o olhar
Obsessivo e preso
Que mantenho fixo
No meu umbigo

Para poder
Talvez um dia
Virar o pescoço
Olhar outras coisas
Que até agora
Nunca pude entender

Olho cego
Não vê mais nada
Alem do querer

Mas ele não quer
Ousar aprender
Quer brincar nos parques
Que lhe dão prazer
Se vangloriar
Do já conhecido
Se entreter nos tecidos
Nas malhas dos seus sentidos
E ficar aqui
Se distraindo

Completamente esquecido...
A se mirar na tela
Do próprio olho cego
Para se reconhecer

* * * * * * * * *

sábado, 12 de janeiro de 2008

FAXINA

FAXINA
(Victtoria Rossini)

Estou fazendo faxina
Eliminando as toxinas
E excessos da minha vida
Roupas que nunca uso
Comunidades que nunca olho
Livros que nunca lerei
Maquiagens que nunca terei coragem de experimentar
Pessoas que nunca suportei

Estou deixando de seguir
As velhas pegadas atrás do rabo do gato
Estou limpando meus abarrotados armários
Arrebentando velhos rosários
Transformando em jóias caras
Umas simples
Outras raras

Coloco agora em minha vida
Apenas o que mas faz pular da cama
Com entusiasmo e alegria
Coisas que façam sentido
E me façam sentir
O prazer de estar aqui

Apenas porque hoje
È dia de faxina


* * * * * *

BONECA DE LUXO


BONECA DE LUXO
(Victtoria Rossini)

Boneca de griffe
Envolvida em filme PVC
Carros a prova de bala
Insufilm pra proteger
Ligo o rádio

Só para ouvir música
Só Clip no DVD
Tem trajetos garantidos

Por medo de me perder
Potes de cremes importados

Tudo pra não envelhecer
Sempre de óculos escuros
Será para nada ver?
Em minha bolsa assinada
Só cartão e necesserie
Dentes lindos
Boca aberta
Fechada pra não comer
Tranço as pernas
Mãos no colo...
Pose para TV.
Quem não é,
Tenta imitar
Sou um exemplo!!!
!!...De quê?...

SENRYU

Luz de alerta...
altéres, alter egos
Alteram a visão
* * *
Em meio ao chá
Palmas, peidos, arrotos...
Há um sátiro
* * *
A-trevo comprar
Comprar sortilégios
Baguás, fé...CRUZES!!!...
* * *

Discuto aqui
O caminho traçado
Rabo do gato

Ahhh...Me desculpe
Sem tempo a perder
Tenho que viver
* * *
Amizade nova
É flor que se renova
Em meu coração
* * *

As bocas muitas
Que alimentam os seres
São

***
Imaginação
Vai criando surpresas
Nos revelando


***
Não inventemos...
Surreal é a vida!
Suas verdades.

domingo, 6 de janeiro de 2008

sábado, 5 de janeiro de 2008

COMO SALVAR O MUNDO

COMO SALVAR O MUNDO?
(Victtoria Rossini)

As perguntas que vocês se fazem agora
Eu já fiz outrora


Já corri esses caminhos
Arranquei esses espinhos
Respondi estas questões


E agora estou aqui


Aberta
Livre
Depois de tantas entrevistas
De perder todas as pistas
E andar em círculos atrás de mim.


Resolvi agora
Soltar as cordas
Com que eu me prendia
E prendia o mundo em mim
Na rotina do dia-a-dia


Não estou mais, na ânsia louca de iluminar-me...
Acaso estava eu no escuro?
Estava presa a quê?
Se era eu mesma que me fixava?
Obsessões
Larga...Solta...Larga...
E parta meu EU
Para a outra margem.......

TIGREZA MANSA

TIGREZA MANSA
(Victtoria Rossini)

Por tempos esqueci minha natureza de tigreza e fiquei mansa e plácida descansando a teus pés, aguardando apenas um carinho, um sorriso, uma palavra, um suspiro, para me sentir satisfeita e amada...
Mas ontem minha natureza de caçadora me levou noite á dentro, corri por entre vales e pedras, faminta e excitada...
Ri, urrei, me saciei...
E depois de estraçalhar a presa, vi que não tinha o mesmo sabor de estar aqui, deitada aos teus pés...
E voltei...
E novamente, calmamente, espero por um afago, da tua mão...No teclado..

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

SE CONHEÇO?

Se conheço Leminski?
Conheço nada!

Nem fomos apresentados...
Apenas sentei ao seu lado
No ônibus da poesia.


DESABAFO PARA LEMINSKI



DESABAFO PARA LEMINSKI
(Victtoria Rossini)

Leminski...
Se todos meus X virassem versos
E tudo o que não gosto ficasse inverso
O mundo seria perfeito...

Meus Xoros
Meus Xoques

Minhas Xaves ( que vivo perdendo)
Os Xaropes ( que vivem me achando)
A Xibata
O xicote
Pudessem girar a roda
Pudessem deixar de ser Cruz (+) e virassem x
Com certeza eu seria mais feliz
E No mundo ao invés de tudo ser branco ou preto
Pudessemos absorver o xadrez
E como Xadrez todos serem respeitados
ststststs

Fala serio...
Não teriamos mais nem razão para estar aqui...
Então Lemisnki,
Esqueça os X da questão

* * *

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

IRMÃS


IRMÃS
(Victtoria Rossini)

Aiii mundo
Me dê um papel em branco
Eu tenho um pranto
Para derramar

Quero ser fêmea
Quero ser mulher
E com minhas irmãs
Compa rtilhar
Coma drinhar
E olho no olho
Mão nas mãos
Nos apoiar

A mulher em mim
E a mulher em ti irmã
Vamos afagar
Meu SER mulher
Que às vezes frágil
Às vezes ágil
Às vezes dor
Mas que se abre sempre
A flor da vida
A espera do amor

Não me envergonho
E não te escondas
Quando teu ventre
Sem proteção
Se desnudar

Me busque irmã...
E abraçadas
Vamos comungar!

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

COPO

ÉH!!
NÃO É FACIL SER COPO
SABER QUE JA FOI AREIA
E UM DIA VOLTARÁ SER CACOS

A TEIA

A TEIA
( Victtoria rossini)

A lagartixa na parede
Olhando pra mim assombrada
Pergunta para a aranha:
"_Quem é esse fantasma?"
"_Nunca vi!"
Responde urdindo
A sua teia encantada
Não parou nem pra me olhar
Rezando na madrugada
"_A ação é mais importante..."
Pensa ela atarefada
"Cumprir o meu dever...
Me faz partir descansada..."