Por uma estação inteira Brinquei e corri no meu jardim Tinha flores Tinha sorrisos E o perfume dos jasmins
A primavera se foi As folhas já caíram Agora sopra um vento frio
Olho pela vidraça E só vejo dois balanços ali Molhados Entregues Lado a lado Ao vai e vem da ventania Na sombra sombria Fria Da velha arvore Tatuada com nosso coração
Sentada no último banco No último vagão Do trem da minha vida Tem uma criança de olhos arregalados Semblante triste Coração calado
Entre nós uma névoa Que atrapalha a comunicação. Tento entende-la. Ela me faz perguntas Que todo meu corpo, olhos, e expressão Respondem com um não... Não te entendo! Não te percebo Não te escuto Nãaaaaaaooooo Nem quero tua mão!
Teus sonhos não realizei Tuas fomes não saciei Tua doçura não conservei Tua pureza não preservei
Não te peço perdão Nem quero que chores Pelas dores que te causei
_ Silencie minha criança A infância que eu mesma matei.
E olho nos meus próprios olhos Não entendendo onde errei
_ Não me olhe! _ Não chore minha criança Porque se você chorar... Eu choro também