Somos seres separados Mesmo assim culpados Por sentir tanto ardor Que confundo com amor Que refuto como abandono Se não queres ser meu dono Se não te dás pra mim
Te quero Mas não te venero Sei dos teus defeitos Conheço teus pretextos Mas mesmo assim te espero
Sei que não vales nada Mas fico aqui calada Esperando o próximo beijo
Ouço em segredo As palavras silenciosas Que teus lábios não ousam dizer. Sinto teus medos Tuas angustias Conheço tuas fraquezas Reconheço tua força Admiro tua integridade Reverencio teu talento E me aconchego na tua alma carinhosa
A cada dia A cada noite Corro ansiosa Para te encontrar Mais uma vez... Apesar de sempre dizer Que hoje será a última
Sou a grande mãe dos desafortunados Que correm pra todo lado Sem ter um colo pra ir Que choram pelas esquinas Sem ter quem as reanime Ou socorra na queda ou fome
Venham minhas crianças... Ainda há esperança De que a casa grande do mundo Tenha porta dos fundos Para todos abrigar
Corram para os meus braços Quero reconhecer os traços Dos órfãos, dos abandonados Dos sempre postos de lado Para todos poder ajudar
Sou alma mãe que a todos acolhe Que meus filhinhos recolhe Em meus seios em esplendor Venham pequenos perdidos Todos que ouço os gritos Nesse mundo de horror
Sou Mãe, sou fada, sou casa Retornem pra minha asa Eu sou a mater do amor
Que eu não tenha medo de voar por ai Ousar Ultrapassar os limites Que as pessoas classificaram como "normal". Que eu não seja prisioneira das normas. Que eu seja eu mesma onde eu for E leve minha essência pulsante e ativa Sem medo de dizer o que eu penso e sinto.
Que eu saia pelo mundo Pelos mundos Colorindo idéias Plantando sorrisos Espalhando amor por onde passar Indiferente a escuridão que para uns Parece existir.
Que eu não olhe para aparência dos seres Para dar o meu melhor... Que eu não tenha medo de dar o próximo passo Porque meus pés foram machucados... Nem de estender a mão ao meu próximo Porque um dia ao invés de agradecimentos Recebi indiferença e ingratidão
Que alegria que sai de mim primeiro me alegre Depois estoure no mundo como uma gargalhada de amor Para explodir as comportas do sofrimento e da tristeza. Que eu não carregue meu passado como um fardo a me tolher Mas como um estímulo para a superação.
E saio pelo mundo! Sem uma forma física Sem uma imagem fixa. Tendo apenas minha palavra Para me definir e expressar aquilo que sou e acredito E mesmo que o que faço pareça minúsculo Frente a imensidão que se descortina ao meu redor Jamais desistirei do que acredito De falar e de lutar por isso.
Que eu nunca perca a fé no bem e no bom do mundo Por mais que galhos e espinhos Se atravessem em minha frente toldando minha visão E querendo me fazer desistir de crer No bem q existe dentro de todos.
Que eu nunca perca minha fé, Em mim Nos seres Na vida Na possibilidade de um mundo melhor. Que a criança em mim jamais adormeça. Que a fé e vontade de melhorar Nunca morra dentro dos homens.
Não estamos no mesmo lugar Nem estamos no mesmo estado Nem de graça Nem do país Mas o que eu sinto diz Tudo sobre as possibilidades de amar
Ele não escolhe hora Não escolhe pessoas por cor Não pergunta se ainda sente dor Simplesmente chega e se instala. Não pede que traga mala Nem certificado para assinar. Não quer saber se será traído Nem lembra que será esquecido Assim que o verão findar. As vezes dura menos que uma estação E mesmo assim não se cala. Esse amor sem nenhuma lógica Que nem a si se entende A todos os seres surpreende Porque não tem explicação. Acontece à revelia Só quem manda é o coração...
A linguagem ancestral Muito antes dos sinais Onde cada som é percepção Casa tom é emoção Que nos leva a viajar Pra dentro do nosso ser Pra fora do nosso corpo Nos fazendo entender Que existe um mundo novo De vibrações invisíveis De sentimentos indescritíveis Onde poucos conseguem ficar E tem sensibilidade pra perceber A energia dos sons
Minhas intenções Não são más As traduções e interpretações A que estou sujeita Ao expor minhas opiniões É que podem ser mal interpretadas Já que não sentem o que eu sinto Não sabem o que sei E não vivem na minha carne
Se resolvi chutar o balde Que espirre em quem espia Apenas para criticar Sou livre! E novamente me entrego a mim. Num egoísmo justificado Já que posso largar o fardo Que eu mesma carreguei. Faço o que decidi fazer Doa a quem doer Desde que... Não seja em mim.
Quero ir Ir Ir Andar por ai Mergulhar nas bocas Voar sobre as cabeças Me jogar nos abismos Atravessar os ouvidos Ouvindo o eco dos meus gemidos Sejam de dor ou prazer
Quero correr Me contorcer em êxtase Por cada dia que nasce Por cada gota que cai E delirar de felicidade Por me sentir a vontade Em poder ir Vir Ou ficar Se assim mandar meu desejo
E assim planando Sobre a vida Sobre o mundo Sobre os seres Solta Livre Vou me desapegando Vou me movimentando Na ânsia de ir Vou me transformando
Porque será Que as pessoas não estão preparadas Para serem amadas Para receber carinho Para receber elogios Para receber afagos Para uma amizade desinteressada
Sempre pensam Que há mais por trás Que há interesses Que há dissimulação Que há traição
Será que gostam tão poucos de si mesmas Que acham que os outros também não gostarão? Será que não se acham dignos de ser amados Assim...sem qualquer intenção? Ou será que não conseguem Ver a amizade e o amor por que não os tem em si?
Não sei. Mas mesmo assim Continuo amando Elogiando Procurando o melhor em mim e nas pessoas Isso me faz mais humana, natural e feliz E assim quero continuar sendo.
Se até as pedras Cantam de amores E se entregam ao solo firme Mesmo que se despedacem Caem na água Mesmo que se dissolvam Ardem no fogo Mesmo que se derretam Para se doar ao seu destino
Porque será que os homens Tanto teorizam Tanto analisam Tanto temem Tem tantas dúvidas? Se o amor é bom Se é vantajoso Se é possível Se tem futuro...
O amor é dado Para usufruir Para sentir Para nos nutrir Para nos mergulhar Na perfeição de um sentimento Que na sua entrega Trás em si o sagrado O sopro da Divindade Que nos plenifica E nos completa
Morrem os relacionamentos Terminam os romances Acaba o lance Mas o amor que vivifica os amantes É imortal dentro de cada um É chama ardente Aguardando o instante De uma nova chance Para se alastrar