quarta-feira, 30 de julho de 2008

MU.DA.N.ÇAS

MU.DA.N.ÇAS
(Victtoria Rossini)

As mudas danças
Que ocorrem no escuro silêncio dos seres
Nos porões do coração
Vazio e molhado de mágoas
Vaza...
E nem se sabe para onde vai.
A cabeça cabisbaixa
Olha para os próprios pés se arrastando
E só vê as próprias lágrimas
Pingando sobre eles...

Só convém continuar evitando
As gotas que caem.
Para que as poças
Que se formam no chão
Não nos deixem resvalar.
E nos derrubar.
E nos paralisar.
Devemos continuar dançando
Dançando...E dançando...
Evitando as gotas
Sem olhar para os próprios pés!
Quem sabe um dia
Elas pararão de jorrar.
Daí já estaremos longe
Mesmo que fugindo
Das próprias lágrimas que caem
Amanhã já teremos ido longe
E saído do lugar comum...
Mas convém se movimentar.

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