domingo, 20 de dezembro de 2009

MARIA E SUA CRIA


MARIA E SUA CRIA
(Victtoria Rossini)

Naquele dia
Era como todo dia
Mais um dia...

Não para Maria!
Que como a maioria das Marias
Mais uma vez paria

E como todas as fêmeas
Maria amava sua cria
Mais do que devia
(como se houvesse limites
Para o amor de mãe...)

Mas Maria
Não tinha casa
Não tinha trabalho
Não tinha comida
Não tinha família
Não tinha marido...

Maria não tinha  nada
Maria só tinha sua cria

E era por ela que chorava
Por ela que sonhava
Por ela que vivia

E por amar demais
Quis ludibriar o destino
Do ser que trazia em seu ventre
_ “Vou te dar mais do que eu tive!”

Pariu sozinha no chão do barraco.
Com as mãos ainda sujas de sangue
Envolveu o garoto em trapos
Abençoou-o e se despediu de sua vida

Chovia lagrimas pela rua a fora
Enquanto Maria procurava onde deixar sua cria

Viu uma casa grande,
Silenciosa,
Onde um casal descansava na varanda...
Maria se aproximou
E deixou ali sua vida

Naquele dia
Naquela hora
Maria morreu

Voltou só um corpo vazio...
A alma e o sonho
Hoje brincam na grande varanda
Que escondida Maria espia

2 comentários:

Terine disse...

Adorable Victtoria!

Simplement merveilleux ce poème… beaucoup d'émotion!… et à toi, divine poétesse, mes accomplissements et admiration!

À bientôt!

Bisous de Terine!

Victtoria Rossini disse...

Muito obrigada querida!!
È um prazer que os amigos gostem do q escrevo.
bjs amada