domingo, 13 de janeiro de 2008

OLHO CEGO



OLHO CEGO
(Victtoria Rossini)

Olho cego
Num ponto fixo
Trava a pupila
E já não deixa ver

Porque tento
Desesperada-mente
Apenas olhar
Para o lugar
Que me incomoda
E hipnotizada
Travo a roda

Esse olho cego
Fixa meu umbigo
Eu já não consigo
Mais nada perceber

Tenho que tentar
Destravar o olhar
Obsessivo e preso
Que mantenho fixo
No meu umbigo

Para poder
Talvez um dia
Virar o pescoço
Olhar outras coisas
Que até agora
Nunca pude entender

Olho cego
Não vê mais nada
Alem do querer

Mas ele não quer
Ousar aprender
Quer brincar nos parques
Que lhe dão prazer
Se vangloriar
Do já conhecido
Se entreter nos tecidos
Nas malhas dos seus sentidos
E ficar aqui
Se distraindo

Completamente esquecido...
A se mirar na tela
Do próprio olho cego
Para se reconhecer

* * * * * * * * *

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