As lágrimas mais doloridas Não escorrem pelos olhos. Vazam pelo peito Contaminam o corpo Minam as forças Mas não caem... Elas sobem Gerando um estado de torpor
Nada importa agora As lagrimas que tinham que rolar Já se esvaíram Não voltam mais. As palavras ditas As coisas vistas São se apagam jamais E os sentimentos que foram detonados Por mais que sejam negados Viajam em nós.
E vagam pra frente E correm lá atrás. Olhando com lentes insones A reprise do filme todo. E para em cenas E lê poemas E então se desfaz... Apagando tudo que ficou pra trás Mas não a dor Nem o vazio De um grande amor Que não existe mais.
Não quero compromissos Nem com a morte; Ela nunca me manterá prisioneira. Nem com a vida; Ela aqui é só uma passagem.
Não quero compromissos Nem com a sabedoria; Que muitas vezes de nada me serve. Nem com a ignorância; Que às vezes até já me fez feliz.
Não quero compromissos Nem como amor; A mais doce das prisões. Nem com o ódio Que por mais que às vezes me faça reagir, Não lhe tenho nenhuma simpatia.
Não quero compromissos Nem com alegria; Que colore cada dia. Nem com a tristeza; Que por mais que seja doída È ela quem me mostra a verdadeira face das coisas.
Não quero compromissos Nem como prazer; Que faz eu me alegrar em ter um corpo. Nem com a dor; Por mais que seja ela, Que ajuda proteger meu corpo E meu coração de serem pisoteados.
Nem aquém Nem além Quero apenas me equilibrar No fio da navalha das emoções E aceitar a cada dia A cada respiração A possibilidade e a liberdade de perceber.
Sei que não adianta padecer pelo que esta morrendo Pois tudo tem seu tempo sob o sol. Não choro pelos mortos Choro por não saber Me acostumar sem eles. Pela minha fraqueza Em não querer Olhar a roda do tempo E entender o porquê De cada um na minha vida.
Choro pela necessidade que sinto De não estar só, Por querer os que amo ao meu redor. Choro por não entender Que se vieram e já foram É porque já cumpriram Seu papel em minha vida. E o esvaziamento do que era Deixou solo estéril Para manter nossa união.
Já não importa Se ainda choro quando penso em ti Se quero teu colo Se quero te sentir Dizer o que ainda guardo aqui...
Você já se foi Me abandonou E eu fiquei aqui. Não é minha culpa... Não é tua culpa...
A historia se repete As estações se sucedem... Nada é eterno! Exceto a mudança. Por isso choro. E ao chorar descobri Porque os sonhos morrem primeiro.
Que sujeitos somos nós? Sujeitos as dores Sujeitos as flores Sujeitos a nós Que a vida Mãedrasta olvida Que nos amarra em sonhos A imaginar tristonhos Uma realidade utópica As vezes catastrófica. Mas a queremos sóbria...
Quando na verdade É uma ilusão fugaz Que se desfaz Ao primeiro vento. É colcha de retalhos Que nos apraz Para afagar O vazio do nosso ego
Mas queremos algo Que possamos usar Quem sabe culpar Pelo que fizemos Ou não fizemos Já tanto faz...
Nos sentimos sujeitos Pobres sujeitos Ao nosso medo De agir e ousar. É mais que isso... Não estamos sujeitos! Somos apenas o efeito Do desacreditar.
Eu lendo Meu baralho ao vento Vejo as cartas Se encaixarem Na grande mesa da vida Eu perdendo meu prumo E me inclinado Em direção a você Olho sem acreditar O sentido expresso Que elas estão a me ditar
Ergo as saias Saio apressada Sei a carta que foi virada E com olhos temerosos Olho as nuvens e os sinais. Sim! Vem viração! Amarro o lenço Escondo as lâminas Afasto o pressagio...
Mas sei... Como sempre soube Que um dia alguém chegaria Mexeria nas estruturas Que sofridamente arrumei Pra me desalinhar Me fazer pensar Mas também sempre soube Que se faria amar
E que como agora Eu não saberia o que fazer Ou que caminho escolher Seguro as cartas junto ao peito Fito o infinito E me preparo: Vem viração!
Rua: Caminho da tua mente Nº: infinito Bairro: Teu corpo Cidade: Lugar onde estás País: universo CEP: H O J E - JÁ
Por favor compareça munido: Da sua atenção Sua emoção Seu espírito Sua mente Seu corpo E toda sua energia
Não esqueça: Pare de ocupar-se com o seu passado E pare de pré-ocupar-se como seu futuro Vidas passadas já fizeram o seu papel O amanhã nunca houve. Será sempre um eterno vir-á-ser Ele é apenas um mar de infinitas possibilidades
Se realmente quiser ser feliz Apresente-se ao senhor AQUI E AGORA! Para cumprir seu papel no mundo: Trazer felicidade ao maior numero de pessoas O retorno é o seu lucro: FELICIDADES ⁿ
Me equilibro assustada Na ponta da escada Olhando embaixo o precipício Acima o cimo. Mas ao virar a cabeça Distraída me esqueço E perco o equilíbrio. Um segundo e me sinto Desequilibrada Despencando da escada Esperando apenas O fundo do abismo E a tala de gesso. Quem quer assinar?
Mar furioso Ondas bravias Um ser corajoso Nada na via Seguindo as correntes
E o sol escaldante Indiferente as dores E lhe turbar o semblante: Sobrevivente. Nunca nos entregamos!
Que venham as marés Que caiam os temporais Que ruja o mar... Somos mais fortes que o céu desabando. Nunca nos rebaixamos á vida!
Ela nunca nos foi gentil mesmo... Já sobrevivemos a morte! Se caímos...Caímos lutando Sabendo que SEMPRE vencemos No final o mar nos obedece As ondas se acalmam E o bem prevalece!
Por onde andaram Os tamancos pretos Que descansam tortos Sob a escada? Que caminho pisaram? Que sonhos carregaram? Porque suaram? O que os fez Serem os preferidos? Como se sente agora Usado, sujo, torto Sob os degraus largados Sem nenhum carinho ou cuidado? Já foi estrela. O escolhido. Agora vive No sol e na chuva, Sendo apenas mais um sapato velho ... Esquecido.
Se as curvas Sorrateira-mente Sem nenhuma lógica Serpentearem a tua frente Segure-se firme Sentindo o leme Sinta-se livre Sente-se ali Serena-mente Solte as amarras Soerga a cabeça Situe-se bem Se preencha de luz E vá em frente...
Bailarina de mim Criando no dia-a-dia A morte e o florescer Emitindo em minha dança Meu principio e o meu fim Repartindo o inseparável Absorvendo o incomparável Dançando em êxtase O ponto O nada E o porvir
Mutação
Finco um pé no chão E giro no inimaginável Fluida Livre Vôo de costas Pouso instável Nunca repouso Sou a mudança Destruindo o velho Abrindo o rosto De todo o posto Abro portais Limpo os canais Sigo... Sigo Danço...
A realidade Olhos fixos em mim Não me deixa nem mentir E varo as noites em claro E passo os dias em pranto Pedindo um acalanto Que me ajude a enganar-me
E assim desejando Passo as horas sonhando Encontro a mim mesma soluçando Sem ter como consolar “Um pouco de sonho por favor!” Preciso de um gole Que me ajude atravessar esse deserto Que minha vida se transformou
Mas não adianta Ela, a realidade Me encara com olhos faiscantes E não me deixa nem fingir Dizer pra mim que “ta tudo bem!” Que se eu o encontrar serei feliz para sempre E que se não encontrar sobreviverei....
A vida pequeno aprendiz... Existe para nos provar Que tudo o que pensamos Sobre nós mesmos e o mundo, É falso, pequeno morcego. Ela existe, para nos desmentir grande vento.
Ela existe pequeno pássaro, Para nos mostrar a inutilidade de tudo o que pensamos, De tudo o que construímos, E a não validade de tudo o que desejamos. Não conte com vantagens, Nem com sua coragem. Porque ela é nada Perto do vendaval Que assombra a noite escura.
Ela é tudo frente ao que você espera Ela é maior que teus medos, Maior que o mundo, Maior do que a própria idéia que você faz dela. Muito maior do que tudo que você possa perceber E mais assombrosa do que qualquer coisa Que você possa conceber. Mas não corra pequena formiga! Ela te protege . Mesmo que você não saiba por quê. Te nutre mesmo que você não queira E te mantém mesmo que você ache que não merece. È impermanente e movimento eterno Por isso nunca poderá vê-la direito, Porque cochilará entre uma piscada e outra.
Porque a vida pequena folha É teu galho mãe É teu sustento É o solo no qual você cai Mas também é o ser que você alimentará Quando não mais existir, E mesmo assim continuar vivendo.
Então pequena cabeça, Pare de pensar em você Deixe de pensar na vida, Simples-mente viva! Porque saber que você existe Por si só já é um grande milagre. Mas também é nada, Já que a vida vive em tudo Independente do saber ou não.