Descobri Observando os estertores Como morre um amor
Ele não cai de morte fulminante Não adoece e morre num instante Nem termina por acidente
Ele morre aos poucos Sem querer Porque o amor Sempre quer sobreviver
Mesmo fuzilado por dúvidas Açoitado por desconfianças Agredido por ciúmes Ele se inclina pra um lado Se joga para o outro E levanta novamente
Ele sofre um ataque Cai Titubeia Levanta Fica forte É esfaqueado E ressurge É açoitado E mesmo assim se arrasta É pisado Espezinhado Mas segue tentando tocar o coração
Aos poucos aprendemos a seguir E deixar aquele zumbi Lá atrás Ali do lado Às vezes até aqui dentro
Mas tem uma hora Não sabemos exatamente quando Sem nem saber como Ele some de vista
E quando surge novamente na memória Já está seco Duro Sem emoção
Me inclino sobre as dobras do espaço Abro o portal dos olhos que tudo vêem E te observo ao longe
Muito...Muito longe de mim Você toma suas decisões De abandonar a antiga vida De enxofre, sangue, seduções e guerra
Entre o crepitar das chamas Vejo você abdicando do seu trono Serrando seus cornos Arrancando com as mãos Suas asas de destruição e poder E seu coração cheio de amor Modificando teu rosto e tua aparência
Aqui fora Te espero a luz do sol Solicita com tuas novas asas na mão Para te entregar Tão logo você transpasse O portal da escuridão
O amor! O meu amor O teu amor Enfim te transformou...
Eu quero que tu raias! Que te esvaias Na tua luz Que me transpasse E me absorva
E ao comungar com tua essência Que sempre venças as aflições. Que tire a venda que te cegou Que se liberte Do que nunca te prendeu Mas você pensou Que era cativo
Que viva altivo Na tua gloria De ser melhor Do que sempre imaginou
Tudo o que te desejo É que tu sempre raias Como tua vida sempre brilhou Livre!!
Só sei que hoje É um daqueles dias Que eu queria Que durasse para sempre
Se é pra sempre? Eu não sei!
Mas cada minuto ao teu lado Ficará pra sempre guardado Como relíquia sagrada Dentro do meu coração
Se é pra sempre Eu não sei
Mas tudo o que você me diz É tudo o que eu sempre quis Ouvir do homem que amo
Se é pra sempre... Eu não sei
Por isso vivo nossa historia Como se nunca fosse ter fim. Me entrego de corpo e alma Aproveito tudo... Sem perder nada. Amo sem medidas Fazendo de ti Uma extensão de mim Sentindo tuas mãos Me tocar aqui
Se é pra sempre Eu não sei
Mas vivendo nosso amor Provo o gosto da eternidade
Meu lado fera Quando insano impera Perco a razão... Sei disso!
Porque minha emoção Faz parte do meu feitiço. É quando minha energia De guerreira bravia Voa pela contramão.
Daí amasso a latinha Derrubo o circo Agindo como um furacão. Me arrependo depois? As vezes sim. Mas é assim que sou.
Sou forte Sobrevivente Repetente em varias lições Mas vencedora por vocação. Jamais sucumbirei Haja o que houver... Também sei disso! Porque sou mais que fêmea Sou mulher...
Sou flor espinhada Com pétalas dentadas Em aço forjada
Meu centro protegido É refugio ungido Resguardado da dor. Em meu útero abrigo Todos sob minha guarda Num ninho de amor
Mas quando explodo E vou para o outro lado Do centro da roda Me dispo de medos Já não tenho segredos Nem tem resposta certa Sou guerreira armada Em estado alerta Quando estou na minha razão mesmo perdendo a noção faço o que me convém
Quem não levanta pra lutar Já foi derrotado Sucumbiu aos pecados Dos tempos passados E agoniza no chão Lambendo as feridas Amaldiçoando a vida Vivendo vida de cão Apenas uivando E urinando de dor
Ta com a cabeça entre os braços Esperando a morte?
Apenas ta colhendo O que você mesmo plantou. A semente da inatividade Também brota a vontade. Se sente um mendigo Esperando a absolvição? Foi você quem se julgou Você que se condenou E se prendeu a roda do carma
Mas ainda ta em tempo de mudar Arregace as mangas Mude a energia Transforme o destino Salte para o outro lado.
SEMPRE tem como mudar TUDO pode ser mudado HOJE é o dia de levantar
Acordei com o corpo em festa! Cada célula do meu corpo Ainda dança com você Minha retina repassa nossas imagens Minha mente ainda te vê
Sinto teu amor me envolver O eco da tua voz Que mesmo silenciosa Diz tudo que preciso saber
Nosso tempo Nossa noite
Estranhos seres... Mas assim somos nós Mais parecidos do que pensamos Mais amantes do que esperávamos Mais fiéis do que desejávamos Vivendo Do nosso jeito Nosso amor
Tenho uma idade indefinida Entre o nascer e o morrer... Um infinitivo variável Que esta sempre a fenecer
As vezes acordo criança Carente Indefesa Nua Pura
Tem momentos Que me pego adolescente Teimosa Manhosa Ousada Destemida Exigindo tudo da vida
E quase sempre Durmo velha Cansada Descrente Como se tivesse sido eu A desenhar as estradas do mundo Conhecendo os seres Os atalhos E seguindo com olhos anciões As loucas voltas da Roda da vida
Minha idade Tem a duração das horas A experiência das eras O tempo das borboletas A rapidez do piscar O ritmo da eternidade
A definição numérica Não obedece ao tempo da terra Pois lembro de quase tudo que já vivi Ela ultrapassa os milhares Mesmo que pareça Que a pouco aqui acordei
Uma sombra me ronda Por trás das vidraças A vejo a meus pés Quando toco as calçadas
Se paro ela para Se sigo ela segue Quando acordo ela acorda E vai aonde vou
A expulso aos gritos A aceito as vezes A nego se vejo... Mas está sempre aqui Entalada em mim Gravada enfim Com imagens e som Sentimentos e tom E tem até nome
Ah sombra amada Porque não se vai? Não some na névoa Desaparece no nada Que sei que tu és? Porque te desejo Porque te protejo Se bem não me faz?