Não vês que você esta prenhe?
E que teus filhos desovam
A cada passo que dás?
Tua mente cheia de idéias
Povoam universos
Parem desgraças
Largam flores infantes
Cada vez que tu te moves
Olhe teu ventre inchado
De palavras caladas
Notícias mal ditas
Emoções carcomidas
Puro fel que abrigas aí
Cuidado com as tuas crianças!...
Se queres ter esperança
Vigia o que afagas em ti
Não penses que a tua glória
Só virá com a vitória
Contra o mundo
Ou contra alguém que há de vir...
Porque o teu maior inimigo
E o teu maior aliado
Guerreiam dentro de ti
O teu sucesso imediato
Será quando apagar os rastros
Das formas pensamentos
Dos filhos sentimentos
Das correntes de hábitos
Das crias chamadas palavras
Que vomitas contra o vento
Reverencie teu templo
Vigie de perto teus filhos
No útero do teu destino.
O que cultivas ai dentro?
Mesmo sabendo que sou pura luz Às vezes eu mesmo Me coloco na escuridão Mesmo ela não sendo Naturalmente minha
Me enfio nos túneis da minha mente E saio tateando as paredes Pondo meus pés pra andar Mesmo feridos por não poderem ver Ja que meu corpo está paralisado E pra baixo não quero olhar Sigo a luz Lá... Bem lá... Porque aqui Só as trevas a me cercar
E saio nessa busca ilusória Quando na verdade A luz sempre esteve dentro de mim
Pedaços de lembranças de nós mesmo bailam a nossa volta A ponto de nos perguntarmos... Quem disso tudo sou eu? O que..Como fui...E quem fui vive aonde? E amanhã quem serei? E se não conseguir realizar o que sonho Ainda assim serei eu? Como me sentirei se realizá-los todos? E se não realizar nenhum?
Se for assim eu sou eu, ou eu sou meus sonhos? Se eu sou meus sonhos, porque os sonhei? Porque os sonho?! Se for pra eles tomarem conta de mim, A ponto de absorver, quem nem sei ainda, quem ou como serei?!
Sigo tua silhueta E vejo elas te cheirando Te cercando Como cadelas no cio
E meu desejo inflama
Te olho do alto da minha torre E meu corpo clama Pelas delicias Que tua boca oferece Minha voz te chama Baixinho Implorando pra que não venhas
Porque não te quero como dama Te quero como ralé Quero saltar em cima de ti E te fazer meu Em meio a palavrões, suores e saliva
Fecho os olhos E me toco lasciva Implorando Para que não me vejas Pela janela entreaberta De onde te espiono E te vejo Satisfazendo os delírios De outras Que como eu Se mantém presas a você Meu objeto de desejo
Não tenho bola de cristal Mas tenho tela de cristal liquido Minha carruagem tem 1.6 cavalos Minha varinha é uma caneta
Viajo por entre os mundos Bisbilhotando segredos Dos seres curando medos Puxando alguém para a vida Cicatrizando feridas Transformando sapos em príncipes Mostrando a beleza daquelas Que não sabem que são cinderelas
Na pequena janela-tela Estico as mãos canto canções Que despertam mentes Fazem brotar sementes Que mais tarde florirão...
Assim vivem as fadas modernas Às vezes em belos ternos Ou em shortinhos de verão Mas trazemos escondidos Sob a barra dos vestidos Símbolos de proteção
Pronunciamos palavras mágicas De benção ao sol e a água E aos portais que se abrirão Descobrimos novos caminhos Desvendamos pergaminhos Anulando as maldições
Às vezes fadas madrinhas Às vezes só pequeninas Crianças em oração
Nas trilhas da solidão Tem sempre a sombra de uma paixão Que não viveu Mas que também não morreu Pra lhe fosse providenciado um caixão... E essa sombra nos segue Nos aquece Às vezes nos enlouquece Por não sentirmos mais sua vida. Mas continua ardida Mesmo preterida Aos porões do coração.
Eu me amo... Hoje Vou me namorar Vou me olhar no espelho e me elogiar Vou me levar passear Vou brincar comigo Vou me fazer gargalhar Vou me presentear Vou me mimar Vou me aceitar
Ao acordar Vou me acariciar Me encher de beijos Vou reiterar como sou importante Pra mim Pras pessoas que me cercam Pro mundo
Vou me dar os melhores presentes: Só vou apontar meus pontos positivos E fazer com que só eles brilhem... Os negativos já nem existem mais Já apaguei.
Vou me dar motivos Para a cada noite Eu ir dormir dizendo: Parabéns! Aprovada! Você fez a coisa certa querida!
Vou me cuidar Só lembrar das coisas boas Dos acidentes de percurso Só guardarei as lições Jamais as dores
A partir de hoje Só vivo pra me fazer feliz Concretizar os meus sonhos E me amar
Isso inclui todos os que me cercam Pois criarei na minha vida Um oásis de amor Uma fonte de harmonia Um EU que espalha a paz
Os poetas nascem no inferno São forjados no fogo da dor Nas fornalhas das paixões Brotam do ventre da terra das ilusões
Nascem de boca aberta Carentes Repetentes na matéria amor Cheios de desejos suspeitos Guardados num peito Que sangra de tanto ardor
Vivem com os pés na terra E a mente no céu Porque sem provar o paraíso Nem que seja dentro de sua mente Não se pode descrever Os caminhos dos sentimentos Não se pode descrever A linha tênue que liga o amor a dor Nem os dois lados da vida e da morte E nesse intervalo As peripécias da sorte
Quem não tem coragem De se jogar no abismo do amor Nem de voar do vale do desespero Em direção a luz Ao sonho Não pode ser chamado de poeta
Poetas são os heróis do sentir Descrever E ainda sobreviver aos seus próprios sentimentos
Liberte-se da forma E veja o princípio da não-forma Em tudo o que existe
Molde o seu mundo
Você SEMPRE fez isso mesmo Só que não sabia
Reveja seus conceitos Refaça tuas rotas
Com os mesmos ingredientes de sempre Na mesma medida Você sempre fará a mesma receita... Por mais que você sempre Os tenha usado por tê-los achado os certos Acredite: Podem não ser!
Faça uma revolução Dentro de você mesmo
Se usar os mesmos caminhos de ontem Você sempre chegará onde está hoje
Hoje alguém me disse Que “meu eu lírico era uma antítese”... Rsrsrs Fala sério!
Não tenho “eu lírico” Nem lúdico Nem promíscuo Nem santo Nem profícuo
Tenho uma alma atormentada Atolada nas minhas dúvidas No meio de um tiroteio Entre minha mente lógica Meu eu que sente E um corpo que às vezes mente Para iludir a mim mesma Para poder manter minha sanidade Passear pela cidade Como se normal eu fosse (afinal o que é ser normal?)
Ninguém vê a guerra que impera Entre o meu sentir e o meu querer Entre o que eu sei e o que eu posso contar... A dor da inadequação A minha solidão Enquanto vago por esse campo Cheio de corpos caídos Desejos adormecidos Por falta de ter aonde ir
Então os conservo aqui Às vezes abro as janelas Ouço as historias das eras Que estão gravadas em mim... Escrevo... E saia o que sair
Que houve com teus olhos Saltaram de órbitas por algo que você viu? Nãooo... Não me conte! Pode ser que a mesma imagem Que fez essa sacanagem Sugue meu cérebro Me deixe zumbi A vagar por ai Sem neurônios Sem estômago Pra descrever tudo que vi...
Esse mundo Tem imagens tão fortes Que só com muita sorte Se consegue sobreviver Com a mente intacta Os olhos abertos E o coração puro
Amar... Amar..Amar... Amar tanto De chegar ao ponto De amar a dor De amar
Amar até se buscar O choro preso Pela incapacidade de amar Porque só o amar já é um ganho
No auge da paixão Amar...Amar...Amar... Mergulhados na solidão Amar..Amar...Amar...
Esperar... Esperar...Esperar... E amar... Amar não se sabe quem Amar quem nem se sabe se vem Amar quem nunca veio Amar quem nem ficou de vir Porque não sabe que é esperado
Amar a idéia de amar... Amar a falta Amar a fartura Amar a procura De amor
Amar...Amar...Amar... Amar e sonhar Com o amor que nunca sentiu Com o ser que nunca se viu Com o beijo que nunca se repartiu Com um amor que nunca existiu
Mesmo assim Amar...amar...amar..
Essa é nossa ânsia Nossa procura Nossa perdição E nossa salvação Amar..Amar...Amar...
Se pareço flor delicada Não se engane meu amor! Sou flor selvagem Que nasce na grama Curtida pelos temporais Posso até sumir no fogo Desaparecer na neve Mas sempre ressurjo em esplendor
Posso ser flor rala Mas que não se cala Diante da dor E não se omite frente às injustiças... Porque não entendo de morte Entendo de vida E vida bravia Que não se curva à sorte
Se mil vezes me amassarem Mil e uma vezes levanto Cantando o mesmo canto De vitória e superação
Sempre te amei A cada dia Como se não houvesse amanhã Porque sempre soube Que pra nós O amanhã nunca chegaria
Só não posso dizer: _ Me despeço em paz! Porque em paz Meu coração não esta Ainda está recheado De sonhos mortos De palavras não ditas Sentimentos tortos Amor abafado Mas que ficará calado Silenciado Aqui dentro de mim
Tem gente que se sente um morto E tem um corpo que ainda anda
Suicidou-se sem saber Matou os sonhos de medo Paralisou a energia cedo Por não ter coragem de andar De por a vida pra fora Atravessar uma simples porta E se colocar no seu lugar
Perdeu por medo de tentar Foi desclassificado por desistência Esta fadado a repetência Até resolver lutar...
Jamais acostume-se a derrota! Para ser vencedor Treine como um gladiador Como se fosse tua ultima chance de viver Se jogue na vida como um kamikase A cada dia uma luta Para vencer a si mesmo Porque cada batalha diária É por uma vida... A sua!
Su boca Es mi boca Su cuerpo Es mi camino El tunel de la perdicion En que vícios E sevicias Satisfacen los deseos Secretos de mi corazón En una orgía de los sentidos Que siempre me tumba al suelo
Me agarro a sus pelos Bebo agua em su piel Para no morir Para no perder-me Com sed Hanbrienta En El desierto Que soy yo Sin usted
Traduzindo...
SUA BOCA É MINHA BOCA (Victtoria Rossini)
Sua boca É minha boca Teu corpo É meu caminho O túnel da perdição Em que vícios E sevícias Satisfazem os desejos Secretos de meu coração Numa orgia dos sentidos Que sempre Me tomba ao chão
E me agarro aos seus cabelos Bebo água de sua pele Para não morrer Para não me perder Sedenta Faminta Nesse deserto Que sou eu Sem você
Eu sei o quanto as palavras podem vir vazias Porque reconheço sua essência Mais do que a sua forma, E olha que as interpreto bem...
Então não me venha com palavras lindas De frases feitas Com linguagens grotescas Perfeitamente arrumadas Como se fosse um mural.
Prefiro os erros de grafia Suporto gírias e expressões frias Quando sei que são vivas Sem gessos, sem atrofias.
Prefiro frases berradas Cheias de sentimentos A vozes educadas, Me falando em tom de lamento Coisas falsas despudoradas Me tirando pra jumento.
Se não tiver nada a dizer: -Cale-se!! É melhor pra mim Melhor pra você, Porque as vezes um ato silencioso Vale mais que mil palavras E um ato Pode apagar todas as palavras Ditas em uma vida.
Amo-te tanto Que queria eu Ter te gerado em meu ventre E depois de toda colheita De carinhos, abraços, risos e beijos Ainda queria Te guardar pra semente
Queria ter te parido Queria ter amanhecido Ao teu lado quando choravas Dos teus medos no escuro Queria dar-te de beber em meu peito Para que minha força Para sempre fosse teu escudo
Mas recebo o presente agora... Não foi esse nosso tempo Nem isso o que nos une
Então te aceito em meu leito Te absorvo com meu corpo Te nutro, te fortaleço Te embalo Te acaricio E te protejo da dor Faça do meu corpo teu ninho Meu homem Meu amor
Tenho uma palavra Que se chama DESEJO Entalada na garganta Ela é nada É vaga E às vezes vira pranto
Por isso amiúde Uso ESPERANÇA Que é morna Inativa Criança
Troquei ela por FÉ Que é acreditar no que quer Mesmo que não se possa ver Ela me motiva E me faz antever E esperar para comprovar
Mas descobri que posso querer mais... Agora só uso CERTEZA E com ela junto a AÇÃO Porque com a força do braço Unida a motivAÇÃO do coração Para mim não existe impossível Mais ou menos Ou pode ser
A CERTEZA é minha espada A AÇÃO é minha mão Subo na minha montanha (mente) E só indico a direção
O mar se abre Os átomos paralisados andam A chuva cai A vida se manifesta E os milagres acontecem