quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

AINDA NÃO ERA HORA







AINDA NÃO ERA HORA
(Victtoria Rossini)

Me sinto um inseto, cuja metamorfose foi abortada por um homem curioso, que ousou entrar em meu casulo quando eu ainda estava em processo de cura.
Agora
Quando ele me procura
Me sinto com três corações
Um que quer solidão
O sonhador que quer ilusão
E um outro consolação.
Mas também me bate a vontade
De dizer para este covarde
Que um ser em hibernação
Deveria ser respeitado
Não deveria ter destapado
O meu véu de proteção.
Agora me sinto exposta
Com minha alma aberta à amostra
Sensível e estremecendo
Ao menor toque do seu dedo
Mas esse homem malvado
Abre a palma despudorado
E me aceita sem recato
Na concha de sua mão
Como resistir?...

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